A ação judicial movida há 17 anos virou o tema central dos bastidores do Atlético nos últimos anos. Afinal, ela tocou em outro ponto de grande atenção: os R$ 10 milhões que Fred deve ao Galo. O presidente Sérgio Sette Câmara se reuniu com o credor que conseguiu bloquear os R$ 10 mi, mas comentou que a história está ainda em início de conversa.
O Galo virou réu de uma ação movida pela WRV Empreendimentos por conta de cobrança de empréstimo em 2000 - investimento que ajudou a segurar Guilherme Cláudio Caçapa no clube. A empresa que administrava o EPA Supermercados conseguiu uma setença na 24ª vara cível para cobrar R$ 64 milhões do Galo, num valor que era inicialmente de apenas 5,8 milhões de dólares (R$ 18 milhões na cotação atual).
E essa divergência de valores que faz Sette Câmara tratar do assunto ainda com cautela, mesmo que tenha já iniciado conversas extra-judiciais com a WRV, declarando abertamente que pretende sanar a pendência que se arrasta desde Nélio Brant, passando por Ricardo Guimarães, Ziza Valadares, Alexandre Kalil e Daniel Nepomuceno.
"Sobre a WRV, de fato como tenho feito com outros credores do Atlético, sentei com eles ontem. Tivemos apenas um início de conversa. Esse valores são abissais diante daqueles que efetivamente nós admitimos que possa ser factível de pagamento. Diria a você que é muito, muito menos do que foi falado", afirmou o mandatário do Galo, à Rádio Itatiaia.
Ao Hoje em Dia, o advogado da WRV, Carlos Alberto Arges, afirmou que o Atlético havia sinalizado em concordar em pagar R$ 37 milhões dos R$ 64 milhões que a WRV pleitea, para, assim, dar cabo da cobrança.
"Apenas um início de conversa, está longe de ter sido selado um acordo. Estamos começando as conversações para que se possa achar um número que seja plausível tanto para uma parte, quanto para outra. Enquanto isso não acontecer, o processo continua tramitando normalmente".
TENDÊNCIA A QUITAR DÍVIDAS
Sérgio Sette Câmara assumiu o Atlético com problemas financeiros de primeira ordem. Reduziu a folha salarial com saídas de Fred e Robinho, além de emprestar Marcos Rocha ao Palmeiras. Outra preocupação, citada por ele uma semana após a posse, é sobre credores, seja empresas ou outros clubes.
Um dos nortes da gestão será o abatimento de dívidas com terceiros, a começar pela WRV, mas pode passar também em dívidas trabalhistas, com as que são movidas por Gilberto Silva, Richarlyson, Jô, e dívida com Ronaldinho Gaúcho.
"Desde que cheguei ao Atlético, estou analisando todas as pendências que existe no clube. Essa é uma delas. Vamos tentar ajustar a situação financeira do clube. E, obviamente, isso passa por pagamento de algumas dívidas que eu lá encontrei (...) Iremos procurar honrar nossos compromissos. Assim como esperamos que, quem deva ao Atlético, também honre seus compromissos".