Esquerda e direita italianas apoiam candidatura presidencial de Franco Marini

AFP
17/04/2013 às 18:20.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:55

ROMA - Esquerda e direita chegaram a um acordo nesta quarta-feira (17) para apoiar a candidatura do ex-presidente do Senado Franco Marini à eleição presidencial organizada a partir de quinta-feira no Parlamento, uma etapa fundamental para sair da crise política em que a Itália está mergulhada há 50 dias.

O Partido Democrata (PD, esquerda) e o Povo da Liberdade (PDL, direita) anunciaram nesta quarta à noite a intenção de apoiar Marini, de 80 anos, presidente do Senado de 2006 a 2008 e que faz parte da ala democrata-cristã do Partido Democrata.

"A candidatura de Franco Marini é a que tem possibilidade de conseguir maior convergência", justificou o líder do PD, Pier Luigi Bersani, depois de negociações com a direita.

"É uma pessoa límpida e generosa, um dos construtores da centro-esquerda ligado ao trabalho e ao social", acrescentou.

Pouco depois, Silvio Berlusconi também confirmou o apoio de seu partido, o PDL, à candidatura de Marini.

"Acreditamos que esta é a melhor solução possível neste momento (...) Franco Marini é uma pessoa positiva e séria e, para nós (o Povo da Liberdade), não se trata de uma derrota", disse o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi.

O objetivo das negociações entre PD e PDL era identificar uma figura ligada à esquerda, que possui o maior grupo de eleitores (495 votos), que não fosse hostil ao 'Cavaliere'.

Bersani, na condição vencedor "relativo" das eleições legislativas, tinha a opção entre se aliar a Berlusconi ou ao Movimento 5 Estrelas (M5S) do ex-humorista Beppe Grillo.

Beppe Grillo afirmou nesta quarta em seu blog que o líder da esquerda já havia feito sua escolha "em acordo" com o 'Cavaliere', enquanto que o M5S optou oficialmente por apoiar como candidato o constitucionalista Stefano Rodota, oriundo da esquerda.

Mas um compromisso sobre a Presidência pode resolver a equação para o governo, já que Bersani, após uma tentativa frustrada no final de março, espera receber do novo presidente as rédeas de um governo que seria minoritário, mas que teria uma espécie de pacto de não-agressão com a direita.

Essa estratégia provoca fortes tensões dentro do PD de Bersani, no qual boa parte vê qualquer entendimento com Berlusconi como um pacto com o diabo.

Durante as três primeiras votações, a maioria de dois terços é necessária, mas a partir da quarta votação a maioria absoluta é suficiente para que haja um eleito.

Entre os outros nomes mencionados nos últimos dias estão também o da ex-comissária europeia Emma Bonino e o do ex-presidente da Comissão Europeia Romano Prodi, o único a ter vencido Berlusconi duas vezes.

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