(AFP/PATRICIA DE Melo Moreira)
A pouco mais de uma semana da Copa do Mundo, ainda há muitas incertezas sobre a condição física de quatro craques (Cristiano Ronaldo, Franck Ribéry, Diego Costa e Luis Suarez) e parte dos estádios, em clima de corrida contra o relógio.
As 32 seleções que participarão da competição dos dias 12 de junho a 13 de julho tinham até segunda-feira (2) para enviar a Fifa as listas definitivas com 23 jogadores. Mesmo assim, ainda será possível substituir um atleta lesionado até 24h antes da estreia de cada equipe.
A principal vítima dos cortes de última hora foi o artilheiro colombiano Radamel Falcao García, que não conseguiu se recuperar a tempo de uma grave lesão no joelho esquerdo sofrida em janeiro com o Mônaco. Neymar e Messi, que tiveram temporadas de altos e baixos com o Barcelona, sofrendo inclusive algumas contusões, não preocupam o Brasil e a Argentina, mas outros quatro craques são dúvida para a estreia das suas seleções.
Entre eles, ninguém menos que o português Cristiano Ronaldo, eleito melhor do mundo em janeiro, que desfalcou a seleção portuguesa no empate sem gols em amistoso contra a Grécia. Por enquanto, CR7 só treinou na academia por conta de dores na coxa esquerda que o impediram de render a 100% na reta final da temporada do Real Madrid.
No dia 24 de maio, disputou seu último jogo, a final da Liga dos Campeões, aguentou 120 minutos e ainda marcou de pênalti o gol que selou a vitória por 4 a 1 dos 'Merengues' na prorrogação. O português, porém, mostrou que ainda estava limitado fisicamente e não teve a influência habitual sobre o jogo.
Craques lesionados
A estreia da 'selecção' lusa está marcada para o dia 16 de junho na Arena Fonte Nova de Salvador, contra a Alemanha, que também enfrenta vários problemas físicos. O goleiro, Neuer, o capitão Lahm e o meia Schweinsteiger são dúvidas. A comissão técnica, no entanto, é bastante otimista sobre sua recuperação.
O Uruguai também mantém a esperança de poder contar com seu ídolo Luis Suarez em suas partidas com Inglaterra e Itália, mas possivelmente não para o primeiro (e supostamente menos intenso) jogo, contra a Costa Rica, em 14 de junho, em Fortaleza.
O atacante do Liverpool, artilheiro do campeonato inglês com 31 gols, foi operado no menisco em 22 de maio, e está em "boas vias" de recuperação, segundo os médicos uruguaios.
Já Diego Costa, brasileiro naturalizado espanhol e jogador do Atlético de Madri, teve um final de temporada conturbado, sendo substituído com apenas nove minutos de jogo na decisão da Liga dos Campeões por conta de uma lesão muscular.
Otimista, afirmou na segunda-feira que poderia, "claro que sim", disputar a primeira partida da Espanha, contra a Holanda, em 13 de junho, na reedição da final da última Copa do Mundo (vencida pelos espanhois).
O astro do Bayern de Munique e da França, Franck Ribéry, foi incluído na lista final, mas seus problemas na lombar ainda preocupam. O amistoso com a Jamaica, no domingo, será crucial para seu futuro. Os " Bleus" estreiam contra Honduras, no dia 15 de junho.
Estádios inacabados
Além dos jogadores, restam muitas dúvidas sobre os estádios. Principalmente em São Paulo, onde será realizada a partida de abertura do Mundial, entre Brasil e Croácia. O secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, afirmou recentemente que o estádio estará pronto "no último minuto".
O segundo e último teste oficial da Arena Corinthians, no domingo passado, não foi o ensaio-geral esperado: estavam presentes menos de 40.000 torcedores, enquanto são esperados 65.000 para a inauguração da Copa. O Comitê Organizador Local (COL) assegura que tudo estará pronto a tempo, mas ainda há preocupações com sobre as arquibancadas temporárias - que podem receber até 20.000 pessoas - e os camarotes VIP, para os chefes de Estado.
Os 12 estádios deveriam ter sido entregues até o final do ano passado, mas os atrasos nas obras e a morte de, no total, oito trabalhadores chamaram a atenção da mídia local e internacional. Além de São Paulo, outras quatro arenas estão inacabadas: as de Curitiba, Cuiabá, Porto Alegre e Natal.
A "corrida contra o relógio" mencionada pela Fifa se torna cada vez mais complicada, à medida que as seleções chegam ao Brasil. Nesta terça, é a vez da Croácia e do Irã, que se somam a Austrália, primeira equipe a desembarcar, na semana passada.
A presidente Dilma Rousseff e o número um da Fifa, Joseph Blatter, pregaram o otimismo na segunda-feira, ao reunirem-se em Brasília. Entretanto, um grupo de cerca de 100 manifestantes em frente ao hotel da seleção brasileira em Goiânia, hospedada para amistoso com o Panamá, trouxe a preocupação do retorno dos protestos em larga escala de 2013, realizados durante a Copa das Confederações.