Nos 6,3 mil quilômetros de rodovias concedidas à iniciativa privada no Estado de São Paulo foram registradas 5.389 queimadas no ano passado. A média é de um foco a cada 1,1 quilômetro, número que, projetado para a malha total pavimentada, de 35 mil km, dá cerca de 30 mil focos de incêndio originados em rodovias no Estado. Desses, 60% ocorreram no período de inverno, entre junho e setembro. Nas rodovias, as queimadas reduzem a segurança, já que a fumaça prejudica a visibilidade e aumenta o risco de colisões traseiras. Muitos focos extrapolam a margem das estradas e atingem plantações, pastos e matas, com graves danos ambientais.
Como parte das ações para reduzir essas ocorrências, a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) e as concessionárias lançaram nesta terça-feira, em conjunto com órgãos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, a Operação Corta-Fogo, uma campanha para reduzir as queimadas. Nas praças de pedágio serão distribuídos dois milhões de folhetos com informações sobre fatores que levam aos incêndios e sobre como o motorista deve proceder ao se deparar com focos nas margens das rodovias. Uma das principais causas de queimadas no Estado é o lançamento de bituca de cigarro pela janela do veículo. A vegetação seca vira combustível para o fogo.
Limpeza de terrenos, queima de lixo próximo a áreas urbanas, fogueiras para aquecimento de andarilhos, uso agrícola de fogo não autorizado e balões são outras causas. O folheto orienta a como agir em caso de fumaça na pista e traz os telefones dos órgãos a serem acionados em caso de queimada. No ano passado, entre as rodovias concedidas que tiveram maior número de queimadas estão as do sistema Anhanguera-Bandeirantes (1.439 focos) e as que ligam a região de Campinas ao sul de Minas (712).