Estudo mostra que 50% da comida produzida no mundo é jogada fora

AFP
10/01/2013 às 15:15.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:30

(Eugênio Moraes/Arquivo Hoje em Dia)

LONDRES - Quase a metade dos alimentos produzidos no mundo, ou seja, dois bilhões de toneladas anuais, acaba parando no lixo, segundo um novo relatório publicado nesta quinta-feira (10) por uma organização britânica que pediu urgência na luta contra este tipo de desperdício. A Instituição de Engenheiros Mecânicos avalia, em seu relatório, que este desperdício se deve a múltiplos fatores, incluindo a falta de estruturas adequadas, as rígidas datas de validade, as ofertas comerciais que obrigam a comprar em grandes quantidades e as manias dos consumidores.   O estudo, que tem por título "Global Food, Waste Not, Want Not", enfatiza que entre 30% e 50% dos quatro bilhões de toneladas de alimentos que são produzidos anualmente no planeta nunca chegam a ser consumidos. Só no Reino Unido, até 30% dos cultivos de hortaliças não são colhidos porque sua aparência não cumpre com os critérios exigidos pelos consumidores. E os autores do relatório avaliam que até 50% da comida comprada na Europa e nos Estados Unidos termina no lixo.   Tim Fox, diretor de Energia e Meio Ambiente na Instituição de Engenheiros Mecânicos, considera um grande impacto a quantidade de alimentos desperdiçados. "São alimentos que poderiam ser utilizados para alimentar a crescente população mundial, assim como os que hoje sofrem com a fome", afirmou. "Também é um desperdício desnecessário de terra, água e recursos energéticos que se utilizam para a produção, o processamento e a distribuição desses alimentos".   Por exemplo, cerca de 550 bilhões de metros cúbicos de água - outro bem escasso em muitos países - são usados anualmente para cultivar produtos que nunca chegam ao consumidor, assinala o estudo.   Fox cita, entre as razões para esta situação, "técnicas agrícolas e de engenharia e infraestruturas de transporte e de armazenamento inadequadas, a demanda dos supermercados por produtos cosmeticamente perfeitos e ofertas 2x1 que animam o consumidor a comprar mais que o necessário".   O relatório recorda que a população mundial superou os sete bilhões de pessoas no final de 2011, e que as Nações Unidas calculam que poderá atingir os 9,5 bilhões até 2075, aumentando o risco de uma crise alimentar. "A ONU deve trabalhar em conjunto para ajudar a mudar a mentalidade das pessoas sobre o desperdício e desincentivar práticas que conduzem ao desperdício por parte de fazendeiros, produtores de alimentos, supermercados e consumidores", concluiu Fox.

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