Um eventual terremoto de magnitude elevada no mar do Japão poderia gerar, em alguns minutos, um tsunami com ondas até 23 metros, segundo a primeira simulação sobre a Costa Oeste do país, onde há 11 centrais nucleares.
Uma dezena de peritos, enviados pelos ministérios dos Transportes e da Ciência e pelo gabinete do primeiro-ministro, analisaram o comportamento de 60 falhas nas zonas costeiras de Hokkaido (ao Norte), em Kyushu.
Entre 253 hipóteses estudadas com tremores de diferentes magnitudes, os especialistas demonstraram o que ocorreria com um sismo de magnitude 7,9 no mar do Japão. Segundo eles, isso resultaria em um risco de tsunami de 23,4 metros na região de Setana, e de 12 metros em Okushiri, ambas em Hokkaido.
Paralelamente, mais ao Sul, ondas de 17,4 metros na província de Aomori, ao norte de Honshu, e de 15,8 metros nas regiões costeiras de Ishikawa (centro de Honshu) foram consideradas prováveis.
No norte da Ilha de Honshu, a mais extensa do arquipélago japonês, foram também estimadas ondas acima de dez metros em vários locais da província de Akita.
O professor Katsuyuki Abe, da Universidade de Tóquio, presidente da comissão, explicou que mesmo que o tremor ocorra a uma distância considerável da costa, “as ondas podem levar menos tempo do que o previsto para chegar e, caso se registre um forte abalo, é importante fugir imediatamente”.
As simulações feitas mostram também as alturas possíveis de tsunamis de 1 até 6 metros em 11 locais onde estão situadas centrais nucleares ao longo da Costa Oeste do Japão, com cerca de 30 reatores.
As conclusões do relatório devem servir de base a planos de emergência para eventual retirada das populações e a preparação das instalações potencialmente perigosas, a começar pelas centrais nucleares e outras unidades industriais.
Tragédia recente
Há três anos um terremoto de magnitude 9,0, seguido por uma grande tsunami atingiu a costa japonesa de Tohoku. Foi o tremos mais forte da história do país. A tragédia provocou a morte de 15.884 pessoas e deixou 2.636 desaparecidos.
Atualmente, quase 270 mil pessoas seguem deslocadas das suas casas, principalmente na prefeitura de Fukushima. Muitas poderão nunca voltar para onde originalmente moravam devido à contaminação radioativa, pois o tremor afetou as usinas nucleares na região.