Os Estados Unidos acusaram nesta segunda-feira (5) a Rússia de atrasar a adoção de uma condenação da ONU contra os supostos ataques com armas químicas que deixaram vários feridos, incluindo crianças, nos últimos dias na Síria.
A embaixadora americana ante as Nações Unidas, Nikki Haley, afirmou ao Conselho de Segurança que havia "evidências claras de dezenas de vítimas" que comprovam o uso de cloro nos ataques em Guta Oriental, uma região rebelde a leste de Damasco.
"Temos informações de que o regime de Bashar al-Assad usou gás de cloro contra seu próprio povo em várias ocasiões nas últimas semanas, inclusive ontem", informou Haley.
Os Estados Unidos apresentaram um rascunho de declaração para condenar o uso de armas químicas na Síria, mas a Rússia pediu para adiar a resolução para fazer comentários, segundo diplomatas.
"A Rússia atrasou a adoção desta declaração - uma simples condenação pelas crianças sírias sufocadas pelo gás de cloro", acrescentou.
De acordo com o projeto de declaração, o Conselho de Segurança pretende condenar "nos termos mais fortes" um suposto ataque com cloro realizado no dia 1 de fevereiro na cidade de Duma, em Guta Oriental, que deixou mais de 20 civis feridos, incluindo crianças.
A declaração evoca preocupação depois de três ataques com cloro em Guta Oriental nas últimas semanas. Os responsáveis pelo uso de armas químicas, incluindo cloro ou qualquer outra substância química, devem responder por seus atos, de acordo com o texto.
A guerra na Síria matou mais de 340 mil pessoas e deslocou milhões desde março de 2011.
Guta Oriental é uma das quatro "zonas de distensão" definidas no ano passado pela Turquia, Irã e Rússia.
Mas a violência se intensificou nas últimas semanas nesta região, com pelo menos 11 civis mortos em incursões no distrito apenas na sexta-feira.
Suspeita-se que durante este mês, o cloro tenha sido usado duas vezes pelo regime em Guta Oriental, causando problemas respiratórios entre civis.
A ONU levantou sua voz para o uso de armas químicas neste conflito, particularmente em 2014 e 2015. Algo que o governo nega com veemência.