Virou desolação o que seria euforia na região do Barreiro, em Belo Horizonte, que viu nascer para o futebol o jovem Bernard, titular no jogo desta terça-feira (8) pela semifinal da Copa do Mundo em um desastre que acabou em 7 a 1 para os europeus. A torcida pelo ex-jogador do Atlético foi maior, inclusive, que paixão pelo Cruzeiro em alguns casos, e remeteu moradores do bairro à época em que Bernard era figura fácil nas ruas e campos de futebol da região. Hoje, um oceano separa o Barreiro da casa do jogador, na Ucrânia, onde defende o Shakhtar Donetsk.

O Brasil já estava atrás do placar, perdia por um a zero, mas o ex-companheiro de Bernard no clube Comercial, do Barreiro, Maycon Fernandes, de 21 anos, ainda mostrava confiança na seleção e em Bernard. Eles jogaram juntos quando ambos tinham 13 anos.

“O Felipão fez bem em optar por Bernard no lugar de Neymar, ele vai dar trabalho pro alemães. Joga muito desde moleque, sempre foi o melhor do time”, disse. Não foi bem assim, nem o Brasil nem o jogador tiveram uma tarde feliz no Mineirão, mas a expectativa dos moradores do Barreiro com o filho ilustre permanece.

“Ele ainda ainda é muito novo, em 2018, na próxima Copa, ele vai estar ainda mais bem preparado, com mais rodagem no futebol. Mas é claro que hoje foi um dia triste porque desde que se confirmou que ele entraria de titular no jogo criou-se aqui no bairro uma expectativa muito grande, já que ele poderia nem jogar. Apesar disso, vejo um grande futuro para ele”, afirmou Bruno Alves, 25 anos.

Antônio Júnior, de 27 anos, lembra de se encontrar com Bernard nas ruas do bairro e, nesta terça-feira, deixou a camisa do Cruzeiro em casa para torcer pela seleção brasileira e pelo vizinho famoso. “Sou Cruzeiro e sou Bernard. Querendo ou não, quem mora aqui tem um sentimento por ele e torce pelo seu sucesso. Foi um vexame esse jogo, mas daqui a quatro anos ele voltará mais forte”, disse.

Nesta Copa, a participação do franzino Bernard, de apenas 1,66 metros, se resume na atuação no time titular contra a Alemanha, e nos jogos contra Croácia e México, na fase de grupos, quando entrou no decorrer do jogo. No total, pela seleção, foram 14 jogos e um gol.
 

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