O ex-secretário municipal de Obras do Rio de Janeiro, Alexandre Pinto, afirmou que houve tratativas de propinas dentro do gabinete do ex-prefeito Eduardo Paes.
Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, nesta quinta-feira (4), Pinto disse que houve acerto de 1,75% de propina, por parte da Odebrecht, na obra da Transoeste, que teria custado R$ 600 milhões em sua construção.
Pinto disse a Bretas que estaria com medo, por estar revelando esses esquemas. "Eu tenho medo. A gente mexe com certas coisas", disse ele a Bretas, frisando que o pagamento de propinas não era exclusividade da Secretaria de Obras, mas era coordenado por um grupo de governo, incluindo Paes e outras pessoas com foro privilegiado, o que inclui deputados.
Pinto também disse que o Tribunal de Contas do Município (TCM) ficava com 1% das propinas das obras. Segundo ele, licitações eram direcionadas para privilegiar determinadas empresas.
O ex-secretário depôs no âmbito da Operação Mãos à Obra, um desdobramento da "Lava Jato".
A assessoria de Paes, que é candidato ao governo do estado, foi procurada para se manifestar sobre as acusações, mas até a publicação desta matéria ainda não havia se posicionado.