Os números oficiais do IBGE sobre o desemprego em Minas, em 2019, só serão divulgados no fim da primeira quinzena de fevereiro. Mas os dados referentes a todo o país, contidos na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), publicada nessa sexta-feira pelo instituto, indicam que deverá haver redução, também no Estado, do exército de pessoas sem ocupação.
Segundo a PNAD, a taxa média de desocupação caiu no Brasil de 12,3%, em 2018, para 11,9%, em 2019. Foi a segunda queda anual consecutiva. A pesquisa revelou ainda um contingente de 12,6 milhões de pessoas desocupadas, 1,7% a menos do que no período anterior. Na comparação com o menor ponto da série, quando atingiu 6,8 milhões em 2014, contudo, a população sem trabalho quase dobrou, crescendo 87,7% em cinco anos.
Já em Minas, o último dado do IBGE sobre desemprego disponível, referente ao terceiro trimestre de 2019, indicou 9,9% de desempregados. Tal grupo representou aumento de 0,3 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior. O levantamento nacional, porém, aponta para uma retração na taxa de desemprego nos últimos três meses do ano também em Minas. No período, elevaram-se as contratações em setores como o de comércio, indústria e serviços.
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Números nacionais também apontam ligeira elevação, de 2,2%, dos trabalhadores com carteira assinada
Destaque deve ser dado ainda a um possível aumento nos empregos com carteira assinada: houve, no país, crescimento de 1,8% no grupo de empregados no setor privado relugarizados em relação ao trimestre anterior, somando 33,7 milhões de pessoas.
Sem carteira
Enquanto isso, o número de trabalhadores sem carteira permaneceu estável no Brasil, com 11,9 milhões. Por outro lado, no confronto com o quarto trimestre de 2018, houve expansão de 2,2% no número de trabalhadores com carteira (acréscimo de 726 mil pessoas); e de 3,2%, no de trabalhadores sem carteira, representando um adicional estimado de 367 mil pessoas.
“Houve crescimento expressivo do emprego com carteira assinada, com expansão de 1,8%, o que não ocorria desde o início da série, em 2012. Mas, ainda que o crescimento no quarto trimestre seja um dos maiores da série, o quantitativo de 33,7 milhões ainda é cerca de 3 milhões inferior ao recorde da série, alcançado em 2014, quando foram registrados 36,7 milhões de empregados com carteira”, destaca a analista da PNAD Contínua, Adriana Beringuy.
Para ela, o momento é de reação do emprego no país, mas ainda há muito a percorrer para que se resgate a situação de 2014. “Estamos em trajetória de recuperação. O crescimento da ocupação em 2019 foi mais difundido entre as atividades e não concentrado em algumas, como alojamento, alimentação e transporte, como vinha ocorrendo. De fato há recuperação até mesmo na construção, um pouco na indústria, atividades de informação e comunicação e serviços administrativos, mas a gente ainda tem uma diferença bastante intensa de patamar aos valores observados há cinco anos”, observou.
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