Exportações em Minas superam a média nacional

Jornal O Norte
31/10/2008 às 16:10.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:48

Da Agência Minas

As exportações mineiras cresceram 39% de janeiro a setembro de 2008, comparadas ao mesmo período do ano anterior e acima da média nacional que ficou em 29,4%, somando US$ 18,362 bilhões no acumulado de janeiro-setembro/2008. A participação relativa de Minas Gerais no total das vendas brasileiras avançou de 11,5%, registrados no mesmo período de 2007, para 12,4%, em 2008, e esta diferença de um ponto percentual no índice correspondeu a US$.5,224 bilhões adicionais de vendas externas do Estado.

Segundo a economista Elisa Maria Pinto da Rocha, coordenadora do Informativo de Comércio Exterior do Centro de Estatística e Informações da Fundação João Pinheiro, divulgado nesta quinta-feira (30), Minas Gerais foi beneficiado por uma conjuntura de preços internacionais favoráveis às commodities. Ela disse ainda que “os resultados permitem concluir que o quadro de dificuldades e incertezas gerado pela crise financeira internacional a partir de setembro de 2008 ainda não se fez sentir plenamente sobre os fluxos comerciais do Brasil e de Minas Gerais”.

SETORES TRADICIONAIS

Segundo o informativo, o resultado positivo das exportações mineiras está associado, principalmente, ao bom desempenho dos setores Intensivos em Recursos Naturais, com destaque para as exportações de minérios, que cresceram 59,55%, café (11,56%), e laticínios (297,09%), e os Intensivos em Capital, principalmente siderúrgicos, cujas exportações subiram 52,05%. Registra-se desempenho bem mais modesto para os setores Intensivos em Tecnologia – ou seja, aqueles de maior valor agregado – com destaque o aumento das exportações de veículos/automóveis (47,93%) e farmacêuticos (386,90%).

Foram registradas quedas somente nas exportações de confecções (26,17%) e calçados (9,22%). Segundo Elisa Rocha, “a retração nas vendas externas deste segmento ocorre simultaneamente a uma forte entrada de produtos estrangeiros no mercado mineiro, o que, associado à queda na produção industrial, poderá comprometer a sua performance, aspecto preocupante, em função da importância estratégica do segmento em termos de seu potencial de geração de empregos”.

EMPRESAS

A Vale do Rio Doce exportou US$ 5,042 bilhões e continua a liderar o ranking das empresas exportadoras de Minas Gerais, seguida da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), com US$ 1,290 bilhão, Gerdau Açominas S.A (U$ 1,215 bilhão), Fiat Automóveis (US$ 824 milhões) e Mercedes Benz (US$ 508 milhões). Dentre as 40 principais empresas exportadoras mineiras destacaram-se a unidade mineira da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), cujas exportações cresceram 887,2%, a Serlac Comércio de Lácteos S/A (476,3%) e a Mercedes-Benz do Brasil Ltda.(256,7%).

Segundo a economista da Fundação João Pinheiro, “a CSN ampliou sua atuação por causa de sua nova unidade em Congonhas, o que fez com que suas exportações passassem de US$ 13 milhões, em 2007, para US$ 130 milhões, de janeiro a setembro de 2008”. A Serlac, uma trading do ramo de exportações, ampliou suas vendas de US$ 19 milhões, em 2007, para US$ 112 milhões, em 2008, e o crescimento das exportações da Mercedes Benz deve-se às vendas do modelo CLC, produzido exclusivamente para o mercado externo.

COMPRADORES

Dentre os quatro principais mercados compradores de produtos mineiros, três deles expandiram suas compras do Estado: Ásia (62,8%), União Européia (33,3%) e Mercosul (59,6%), enquanto as vendas para o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) mantiveram-se praticamente inalteradas no acumulado de janeiro-setembro/2008, com 1,5%. “Chama a atenção o forte crescimento registrado nas compras efetuadas pela Liga Árabe (60,3%), mercado não tradicional de compras de produtos mineiros”, destacou Elisa, observando que “houve um contraste entre o acelerado ritmo de expansão de vendas para a Ásia e a estagnação das exportações para o Nafta, movimento cujos reflexos tendem a extrapolar a simples substituição de mercados, já que em termos de agregação de valor, a pauta para a Ásia é bem menos sofisticada”.

Segundo Elisa Rocha, os resultados das exportações mineiras foram positivos, mas revelam uma face perversa do crescimento: “ampliou-se a concentração das vendas de grandes empresas e dos maiores municípios exportadores do Estado de Minas Gerais. Assim, eventuais benefícios resultantes da expansão das exportações até então ocorrida tendem a concentrar-se em algumas grandes empresas e em um pequeno número de cidades mineiras”. De acordo com o estudo, as 40 maiores empresas mineiras foram responsáveis por 74,1% das exportações mineiras entre janeiro e setembro desse ano, contra 64,3% do ano passado. Entre os municípios exportadores, os 10 maiores responderam por 65,6% das vendas externas do estado no período, índice que estava em 59,9% no mesmo período de 2007.

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