Exportador de frango teme acordo

Jornal O Norte
31/10/2006 às 10:30.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:43

Brasil e União Européia tentarão chegar a um acordo para o comércio de 500 milhões de euros de frango. No último mês, negociadores dos dois governos não conseguiram finalizar um entendimento em Genebra, e os diplomatas brasileiros deixaram claro que se os europeus não apresentarem uma alternativa, o governo poderia passar a avaliar retaliações contra Bruxelas.




Brasil e União Européia tentam chegar a um acordo para comércio frangos. A negociação é de 500 milhões de euros (foto: Wilson Medeiros)

- Esperamos que possa haver um acordo, afirmou Clodoaldo Hugueney, embaixador do Brasil em Genebra.

O Brasil conseguiu que a OMC- Organização Mundial do Comércio condenasse as práticas européias de modificar suas leis para que o produto passasse a receber uma tarifa de importação de 70%, e não de 15,4%. Como forma de remediar o problema, os europeus foram obrigados a negociar cotas para o frango nacional. A sugestão de Bruxelas seria de uma cota de 320 mil toneladas ao País, valor que não estaria longe do que o setor privado gostaria. Mesmo assim, o estabelecimento das cotas representará um freio ao crescimento de 22% anuais das exportações brasileiras do setor.

O problema, porém, é a forma pela qual os europeus distribuirão essas cotas de importação a suas empresas que queiram comprar o frango nacional. Pela proposta européia, os importadores não teriam a obrigação de informar aos exportadores brasileiros se a quantidade que estariam comprando está ou não dentro das cotas. Para cada quilo importado fora da cota o frango nacional receberá um euro de sobretaxa.

Os exportadores nacionais temem que o importador diga ao produtor brasileiro que está comprando fora da cota para, assim, conseguir um preço mais baixo. Os importadores alegariam que precisariam do desconto para compensar pela sobretaxa que terão de pagar ao desembaraçar o produto. Na realidade, porém, esse importador estaria adquirindo o produto dentro da cota e não precisaria pagar a sobretaxa, aumentando sua margem de lucro.

Dia 24, em um primeiro encontro técnico, diplomatas dos dois países exploraram soluções. Mas apenas ontem uma decisão ficou de ser tomada sobre o assunto.

- Acredito que houve uma aproximação, concluiu um diplomata. (Com informações do boletim agropecuário)

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