O embaixador da Síria na Organização das Nações Unidas (ONU), Bashar Jafari, advertiu nesta segunda-feira (17) que grupos extremistas poderão usar armas químicas contra o povo sírio e depois colocar a culpa no governo do presidente Bashar Assad. Em cartas ao Conselho de Segurança da ONU, Jafari disse que o governo sírio "sob nenhuma circunstância usaria qualquer arma química que poderia possuir". Jafari fez o alerta no mesmo dia em que o jornal libanês Al-Akhbar, pró-sírio, publicou em Beirute uma entrevista com o vice-presidente sírio Faruk al-Shara, na qual o político defende uma solução negociada e política para a guerra civil síria, que começou em março de 2011 e deixou mais de 40 mil mortos.
Em Nova York, Jafari declarou que o governo jamais usaria armas químicas contra o povo. Segundo ele, o governo está defendendo a população "de terroristas que são apoiados por governos bem conhecidos, à frente dos quais estão os Estados Unidos da América". Relatos recentes da inteligência norte-americana mostram que o regime sírio pode estar pronto a usar armas químicas. Mas nesta segunda-feira Jafari alertou quer existe o risco de que países "que apoiam o terrorismo e os terroristas" possam fornecer armas químicas a grupos extremistas "e então acusarem o governo sírio". A Síria acusa, além dos EUA, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos de apoiarem os grupos extremistas sunitas que tentam derrubar Assad.
Jafari disse que insurgentes sírios tomaram recentemente um laboratório de cloro ao leste de Alepo. "Essa fábrica, que contém toneladas de cloro tóxico, foi recentemente tomada por grupos terroristas", disse Jafari.
Jafari acusou os EUA de "amoralidade" porque Washington já usou no passado armas químicas e biológicas. Ele ressaltou que a Síria aderiu a um rascunho de tratado de 2003, da ONU, contra armas de destruição em massa no Oriente Médio. O Conselho de Segurança não aprovou o tratado.
As informações são da Associated Press.