Família acusa médico após morte de modelo em Goiânia

Rubens Santos, especial para a Agência Estado
03/12/2012 às 19:56.
Atualizado em 21/11/2021 às 19:01

A família da modelo Louanna Adrielle Castro Silva, de 24 anos - que morreu no sábado (1º), durante cirurgia para implantes mamários de silicone, no Hospital Buriti, em Goiânia -, aguarda o resultado de um novo laudo, solicitado ao Instituto Médico-Legal (IML), para decidir se processará por erro médico o cirurgião plástico Rogério Morale de Oliveira.

A jovem morreu após duas paradas cardíacas durante a cirurgia. O corpo foi enterrado domingo (02), em Jataí, a 322 quilômetros de Goiânia (GO).

O médico, que tem clínica em Jataí e em Goiânia, é graduado e especializado pela Universidade de Campinas (Unicamp). Ele não atendeu a várias ligações para o seu celular.

Vendedora autônoma e eleita Miss Jataí Turismo em maio, Louanna pagou R$ 6,5 mil pela cirurgia de implante da prótese de silicone e sofreu uma parada cardiorrespiratória.

Pela ausência de UTI no Hospital Buriti, ela foi transferida para o Monte Sinai, distante 12 quilômetros, e não resistiu a uma segunda parada cardiorrespiratória.

As circunstâncias da morte e o atestado de óbito revoltaram a família. "O atestado diz que ela era usuária de drogas, cocaína e ecstasy, o que teria provocado as duas paradas", disse à reportagem Giuliano Cabral Chaves, noivo de Louanna. Eles viviam juntos há dois anos e pretendiam se casar em 2013. "Ela não usava drogas, bebia suco de frutas e detestava bebida alcoólica. Até brigava comigo quando eu tomava uma cervejinha", afirmou.

Desconfiado do erro médico, Chaves pediu ao IML de Goiânia um novo exame, detalhando a causa mortis. "Não concordo com esse atestado, e não há como rejeitar a possibilidade de negligência médica", disse. "Quando o médico acertou a cirurgia, garantiu que o hospital era equipado com UTI. Na hora descobrimos que, além de não ter a tal UTI, ele ainda mandou Louanna para outro hospital, alegando que lá, sim, tinha uma UTI", revelou.
"O médico apostou na sorte. Se não havia um mínimo de equipamentos para reanimação em caso de parada respiratória ou cardíaca, não deveria ter feito a cirurgia."

O pai de Louanna, Lourenço Adriano Silva, promete lutar por justiça. "Esse médico tirou um pedaço de mim", disse.
http://www.estadao.com.br

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