Familiares fazem ato para lembrar tragédia em Santa Maria

Folhapress
Publicado em 27/07/2013 às 20:42.Atualizado em 20/11/2021 às 20:27.

SÃO PAULO - Seis meses após a tragédia que matou 242 pessoas em Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul (a 324 km de Porto Alegre), familiares das vítimas fizeram diversos atos na cidade em memória às vítimas e para cobrar justiça. Cerca de 500 pessoas se reuniram em um ato ecumênico na Catedral Metropolitana.

"Estamos insatisfeitos com o que está acontecendo", diz o presidente da associação de familiares das vítimas e dos sobreviventes da tragédia, Adherdal Alves Ferreira. "É uma injustiça social, pois estão se safando todos os responsáveis pela tragédia." Ferreira afirma que a sensação de impunidade na cidade é "total" e que os atos foram feitos para mostrar às pessoas "a nossa inconformidade com o que está acontecendo".

Em maio, os quatro acusados na Justiça de homicídio doloso pelo incêndio de 27 de janeiro foram liberados. A Justiça considerou que eles não ofereciam perigo à sociedade. Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, sócios da boate Kiss, Marcelo de Jesus, vocalista da banda Gurizada Fandangueira, e Luciano Bonilha Leão, produtor do grupo, haviam sido detidos no dia seguinte à tragédia.

Até o momento, eles foram os únicos acusados de homicídio pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul. No dia 15, a promotoria decidiu responsabilizar os bombeiros e isentar a prefeitura pelo incêndio. Pela manhã, cerca de 60 familiares de vítimas da tragédia entregaram peças de roupas dos seus filhos para doação e caminharam pelo calçadão da cidade recolhendo, além de roupas, comida.

O intuito é ajudar cerca de uma dezena de famílias que foram afetadas pela tragédia e agora passam por necessidades, segundo Ferreira, que perdeu uma filha de 22 anos no incêndio. Após triagem e distribuição dos alimentos e das roupas recolhidas, o excedente será doado para instituições de caridade.

Segundo o major João Francisco, da Brigada Militar (a PM gaúcha), um outro protesto chegou a interromper a BR-287, que corta a cidade, por alguns minutos. Cerca de cem pessoas que se reuniram no bairro São José e pediram por Justiça e responsabilização dos culpados pela tragédia.
   

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