Foi-se o tempo em que casar se resumia a encontrar o vestido (e o noivo, claro) dos sonhos e dizer sim. Hoje, o casamento perfeito vai além. E mudou de mês. O maio das noivas pulou quatro meses e estacionou em setembro, quando a variedade de flores é maior. A proximidade do pagamento da primeira parcela do 13º também faz a diferença na nova data escolhida, assim como o clima, mais ameno no nono mês do ano. Os fornecedores do setor casamenteiro, que vai faturar R$ 20 bilhões em 2014, agradecem e assistem, de camarote, o faturamento aumentar até 50% em setembro.

“Além do clima ameno no Brasil, é verão na Europa, onde muitas noivas sonham em passar a lua de mel”, afirma o especialista em casamentos e queridinho das noivas de todo o Brasil, Fabio Mattar Puppi, proprietário do espaço de eventos Casa Petra e do estúdio de decoração 1-18, ambos de São Paulo. O primeiro mês fechado na agenda do especialista é setembro. Muitas vezes, com até dois anos de antecedência.

A Favaretto, loja especializada em aluguel de vestidos de noivas localizada no bairro Floresta, região Leste de Belo Horizonte, foi tão solicitada neste mês que os proprietários, Tânia e Pedro Favaretto, precisaram contratar duas costureiras extras para atender aos pedidos. “Somente neste fim de semana, temos 18 noivas saindo”, afirma Pedro.

Em maio deste ano, de acordo com ele, foram 18 aluguéis no total. Até o momento, a loja possui 30 vestidos de noivas reservados para setembro.

Na avaliação do empresário, as pessoas estão mais decididas a casar em 2014. “Nem terminou a segunda semana de setembro e já batemos nossa meta de aluguel para o mês”, diz. A afirmação de Favaretto é corroborada pelos dados da Associação dos Profissionais, Serviços para Casamento e Eventos Sociais (Abrafesta). Segundo a entidade, o setor movimentou R$ 16 bilhões no ano passado e, para este ano, a previsão é ampliar em 25% a receita, alcançando a marca de R$ 20 bilhões.

Clima, flores e 13º salário fazem de setembro o novo mês das noivas

Lenir Maia, proprietária do atelier Lenir Maia Gourmet, especializado em bem-casados, no Prado, região Oeste, produz 65 mil doces por mês. Em setembro, são 75 mil.

De acordo com a empresária, o diferencial está na calda, que ela demorou seis meses para desenvolver, mas caiu nas graças de um dos públicos mais exigentes que existe.

“As noivas querem sempre algo a mais, algo diferenciado”, afirma. E, normalmente, elas não poupam esforços para terem o que querem.

Especialista em transformar sonhos em realidade, a cerimonialista Rosana Stigert, sócia do Camélia Vermelha, afirma que a procura pelo serviço aumentou 50% em 2014, na comparação com 2013. “Além de querer algo diferente, elas não querem que nada dê errado. Por isso, contratam profissionais”, explica.

E, por falar em diferente, não faltam novidades no setor. Há até pouco tempo, os chás de lingerie eram o “novo preto” dos casamentos. Pouco tempo depois, as próprias lojas de lingerie começaram a organizar os chás, como uma forma de atrair clientes. Hoje, além de organizar o evento, a Sedução Lingerie, localizada no bairro Anchieta, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, desenvolve o enxoval ideal para cada noiva.

“Fazemos o tamanho que a noiva quer, no modelo que ela quer. Misturamos tecidos, rendas. É um serviço totalmente personalizado”, afirma a sócia-proprietária da loja Terezinha Faria.

O chá, ainda de acordo com ela, pode ser realizado nas dependências da Sedução Lingerie, sem custos adicionais para a noiva. Basta, no entanto, que cada convidada adquira uma peça para presentear a personagem principal.

“Normalmente, as madrinhas organizam o chá. O buffet pode ficar por conta das convidadas, mas nós podemos assessorá-las”, comenta. O ticket médio para presentes de noivas gira em torno de R$ 80.

Com relação ao dia da noiva, os pacotes estão cada vez mais luxuosos. No Charbel Visage, localizado em Lourdes, região Centro-Sul, a protagonista do evento pode passar um dia com a mãe, as amigas e irmãs. As mordomias incluem banhos de lua e podólogo e os pacotes custam a partir de R$ 2,5 mil.

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