Fechamento de frigorífico prejudica economia da região

Jornal O Norte
03/04/2009 às 10:35.
Atualizado em 15/11/2021 às 06:55

Janaína Gonçalves


Repórter

O fechamento do Frigorífico Independência já dá sinais de altos prejuízos para economia regional e até nacional. De acordo com a empresa, só na semana passada, 4.800 funcionários foram demitidos em toda a rede no país.

Desde o início do ano, a empresa vive uma crise que atinge funcionários e pecuaristas, o que gerou resultados negativos. No momento, o frigorífico alega vender abaixo do custo de produção e ainda tem alto custo financeiro e elevada taxa de inadimplência.

A dívida com produtores rurais, que fornece bois de abate e de desossa e não receberam é calculado um déficit de R$ 20 milhões. Só no município de Janaúba, que abatia 800 bois por dia, está paralisada, e o prejuízo chega de R$ 20 a R$ 30 milhões.

De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Montes Claros, Ricardo Quadros Laugthon, até o momento os credores, reivindicam seus direitos diante ao governo e espera que o pagamento dos pecuaristas seja resolvido o quanto antes. – Com a crise financeira, caiu o consumo no frigorífico e por conseqüência o número de exportação, salienta.

O presidente salienta ainda, que a proposta da empresa é reduzir o grupo independência  e reabrir apenas algumas atividades,  já que o processo de enxugamento tem sido a alternativa mais viável para os pecuaristas e o frigorífico. - A proposta para a Janaúba é que a unidade reabra apenas como unidade de abate, acrescenta Ricardo Laugthon.

Ele acrescenta que não tem previsão para a abertura do frigorífico e Janaúba continua comprometido e a classe espera uma posição o quanto antes, já que o impacto econômico não afeta somente os acionistas, mas todos aqueles que o compõem o setor seja ele interno ou externamente.

FINANCIAMENTO

O processo de negociação  conta com apoio do BDMG – Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais e com BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Social. Os membros do senado, da Associação dos Criadores de Gado de Corte do Norte de Minas, pecuaristas da região, diretores, funcionários do frigorífico, bem como toda a comunidade janaubense, esperam uma solução o mais breve possível.

IMPACTOS

O frigorífico que atende a uma capacidade de abate de 10.800 cabeças por dia, e está presente em sete estado brasileiros e no Paraguai está de portas fechadas. E as 12 plantas de abate e desossa três curtumes, três fábricas de charque, cinco módulos de produção de biodiesel, com centros de distribuição em Cajumar, Itupeva e no porto de Santos, comprometidas. Mas infelizmente, a empresa já totaliza a dispensa de 6.200 funcionários.

No último trimestre com o balanço público, faturou R$700 milhões, mas a projeção da empresa perdeu investimento e as conseqüências já podem ser sentidas no setor econômico mineiro.

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