A já tradicional Feira Nacional de Artesanato, promovida pelo Instituto Centro Cape e a Central Mãos de Minas, terá sua 17ª edição entre os dias hoje, 21 e 26 de novembro em Belo Horizonte. Serão 8 mil expositores do Brasil e de países da América Latina e África. A expectativa é de que 200 mil visitantes passem pelo evento, 15 mil deles turistas de todas as partes do mundo. Nos seis dias de feira devem ser gerados negócios de cerca de R$ 30 milhões. As informações são do Sebrae Minas.
As exportações, que vêm ganhando força a cada edição da Feira, devem aumentar neste ano. Representantes de 30 países da Europa, África, Estados Unidos e Ásia participam, durante o evento, de rodadas de negócio. O objetivo é oferecer aos artesãos a oportunidade de negociar diretamente com os compradores estrangeiros.
Para facilitar os encontros, os organizadores tradutores, montaram um balcão de atendimento especial para exportação e espaço diferenciado para a realização das reuniões de negócios. Alguns compradores também irão visitar localidades no interior do Estado para conhecer de perto o modo de produção dos artesãos mineiros. A expectativa, segundo a assessoria é fechar vendas na ordem de US$ 1 milhão para o mercado externo.
Mas se não faltam estímulos à exportação, a presidente do Centro Cape, Tânia Machado, aconselha cautela.
- O mercado externo não pode ser o foco principal. Além das dificuldades com o câmbio, concentrar-se em um só mercado é como concentrar-se em um só cliente. O artesão fica dependente e, se acontece algum problema, ele fica muito prejudicado, acredita.
Para ela, o principal benefício da exportação é o ganho em qualidade.
- Para exportar, o artesão naturalmente melhora sua performance. Ele precisa ter qualidade, não prejudicar o meio ambiente, não utilizar mão-de-obra infantil e tomar cuidado com a própria saúde, conta Tânia Machado.
O artesão Leonardo Bueno, da cidade de Maria da Fé, no sul de Minas, sempre encontrou mercado dentro do Brasil. Mas desde 2004, quando conheceu clientes estrangeiros durante a Feira Nacional de Artesanato, passou a exportar.
- São vendas maiores e era necessária uma estrutura profissional para atender no prazo. O espírito empreendedor contribuiu para que Bueno conquistasse o espaço. Você tem que ser artista na hora de criar e até de produzir. Mas na hora de negociar tem que ser empresário, ensina.
Hoje, cerca de 40% de suas vendas são feitas para outros países e ele acredita que o percentual irá aumentar ainda mais. Principalmente na Europa os produtos que utilizam matéria-prima reciclada são bastante valorizados, avalia.
O artesão produz peças decorativas e móveis com madeira retirada de embalagens para transporte de produtos importados por indústrias da região.
- A madeira vem da Europa e volta para lá e volta para lá em forma de artesanato, diz.
A programação da Feira Nacional de Artesanato também inclui o 4ª Congresso Latino- Americano de Microcrédito e o 1º Encontro Latino-Americano de Microfinanças, além de um seminário, com a presença de palestrantes da Alemanha, Inglaterra e EUA, para discutir o comércio justo. (com informações Sebrae Minas)