O último Ferrari homologado para uso citadino com motor sobrealimentado por turbocompressor foi nada menos que o mítico F-40, que carregava duas turbinas montadas na unidade F120 V8 2.9 litros de 470 cv, evolução do F114B que equipava o truculento 288 GTO. Isso aconteceu em 1987, e só agora a casa de Maranello volta a utilizar o recurso no California T, que faz sua estreia em março, no Salão de Genebra. Mas, ao invés de ser uma resposta ao Porsche 959, o Cavallino turbinado busca se adequar às rígidas normas de emissões europeias.

Na gama da Ferrari, o California é a versão mais barata da casa, mas nem por isso é um carro inferior aos demais. Assim como o 458 Italia, ele utiliza um V8. No entanto, com o auxílio da turbina, a marca divulga que a unidade gera 560 cv de potência e ficou 15% mais econômico que seu antecessor.

A Ferrari, no entanto, ainda não confirma se se trata do mesmo bloco 4.3 litros da geração atual (que por sua vez fora herdado do finado F430), ou se foram feitas modificações na arquitetura, aumento da capacidade volumétrica, dentre outros atributos. O que importa é que são 100 cv à mais, que deixaram o roadster ainda mais bravo e fatalmente irá elevar a máxima além dos 310 km/h.

Demais detalhes, como a manutenção da transmissão automática de sete marchas ou uma nova caixa ainda mais eficiente, só serão divulgados durante a première do esportivo em Genebra.

Design

Em termos de design, o California T ficou mais parecido os últimos lançamentos da marca com F12 Berlinetta e FF, com faróis longitudinais cravejados de luzes de diodo (LED), novo para-choque, grade, tomadas de ar e um capô com saídas duplas. O para-lamas dianteiro também é novo, assim como a estamparia externa das portas. De resto pouco mudou.

O teto rígido escamoteável continua lá, para que o proprietário tenha a opção de contar com comportamento dinâmico excepcional das berlinetas de Maranello, ou passear despretensiosamente com o teto recolhido.

No entanto, é sabido que sistemas que permitem alterar o regime do controle de tração, dentre outras funções, estão presentes em uma versão simplificada do Manettino. E o ajuste eletrônico da carga dos amortecedores também poderá ser feito com o toque de um botão no volante.

Agora resta aguardar para ver como esse Ferrari se comporta. Afinal, a marca do Cavallino Rampante sempre se orgulhou de extrair altíssimas potências com aspiração natural. Mas depois que vimos um Ferrari com tração nas quatro rodas (FF), nada mais surpreende em Maranello.
 

Compartilhar