Festa de Momo em BH abre espaço para quem está à procura de renda extra

Lucas Borges
lborges@hojeemdia.com.br
29/01/2018 às 21:56.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:02

(Arquivo pessoal/ Facebook)

Com expectativa de uma movimentação financeira milionária, o Carnaval de Belo Horizonte desperta a atenção de moradores da capital. Mas engana-se quem acha que o motivo é a busca por diversão atrás dos blocos. Pelo contrário. O crescimento da festa de Momo na cidade está atraindo trabalhadores animados em arregaçar as mangas e conseguir uma grana extra nesse período de folia.

Não é por menos. A Belotur estima que os foliões vão gastar cerca de R$ 637 milhões durante a festa deste ano. Para vendedores ambulantes, lojas que vendem adereços carnavalescos e maquiadores específicos para esse tipo de evento, o faturamento pode chegar a R$ 1 mil por dia de festividade. 
É o que garante a atriz, dançarina e maquiadora Gabriela Dominguez, que se divide entre os palcos e os cursos de maquiagem para ganhar a vida. Durante a folia, ela oferece um serviço especial para quem deseja caprichar no visual. 

“Ofereço um curso básico de maquiagem, na minha casa, com dicas simples de como fazer uma make bonita para esse momento de alegria. É muito rápido, e a procura está muito grande”, celebra. 

Gabriela, que em 2018 irá ministrar a oficina apenas na semana anterior ao Carnaval, revela que abrirá três turmas por dia, tamanha a procura. Cada participante irá desembolsar cerca de R$ 50.

Apesar do esforço em conciliar as demais atividades com as aulas, a maquiadora destaca a importância da grana extra. “Tirando os gastos, o ganho pode chegar, por dia, a R$ 1 mil com uma turma de dez a 15 pessoas. É um complemento muito importante para a minha renda”. 

O grande consumo de bebidas, especialmente as alcoólicas, é outro fator que faz brilhar os olhos de muita gente. Pensando nisso, o porteiro Breno Friche garantiu o credenciamento junto à prefeitura para comercializar os produtos nas ruas. E mira um retorno positivo nos dias de festa. 

“Vendi os produtos nos bloquinhos da semana passada e os resultados foram satisfatórios. No Carnaval, a expectativa é a de ganhar em torno de R$ 1 mil líquidos”. 
Com a boa perspectiva, Friche afirma que vai estender as vendas para além dos quatro dias oficiais de folia. “Já vou comprar mais bebida. A ideia é vender a partir dessa quinta-feira e intensificar no fim de semana, quando haverá muitos blocos de pré-Carnaval na cidade”, frisa. 

O entregador Theylor Carlos é outro que vai investir na venda de bebidas em busca de um dinheiro extra no fim do mês. Ele planeja comprar ao menos 30 fardos de latas de cerveja por dia de festa e espera bons proventos. “A expectativa para os ambulantes é muito boa. Creio que poderemos ganhar até R$ 500 de lucro por dia. Esse extra vou investir em mais produtos para cobrir o período todo de folia”, planeja. 

Prefeitura otimista com o crescimento do Carnaval na cidade 

O crescimento do Carnaval de Belo Horizonte nos últimos anos faz com que a Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur) tenha uma previsão bastante otimista para a folia em 2018. 
A movimentação financeira de R$ 637 milhões, considerando a expectativa de gastos dos foliões na capital mineira durante a festa de Momo, é 20% superior à contabilizada em 2017. No ano passado, a soma girou em torno de R$ 531 milhões.

Em relação aos patrocínios, o aumento também foi expressivo. Se em 2017 o evento contou com R$ 1,5 milhão desembolsados apenas por um patrocinador, este ano o investimento subiu para R$ 9,5 milhões. O montante será bancado por duas empresas.

Já as verbas destinadas ao blocos de rua passaram de R$ 300 mil no ano passado, para R$500 mil este ano. O incentivo para cada cortejo inscrito em um processo de seleção ficou entre R$ 3 mil e R$10 mil. 

A Belotur estima a participação de 3,6 milhões de foliões, sendo 180 mil turistas, o que também acarretaria em aumento de 20% do fluxo de pessoas na cidade. 
A maioria desse público deve vir dos 550 cortejos de blocos de rua registrados na prefeitura e dos vários eventos fechados que acontecerão nos dias da festa de Momo. 

Importante ressaltar que, em Belo Horizonte, o período oficial do Carnaval foi aberto no último sábado e será encerrado em 18 de fevereiro, incluindo eventos da pré-folia e da Quarta-Feira de Cinzas.

O prefeito Alexandre Kalil (PHS) destacou o crescimento da festa em Belo Horizonte, enfatizando o ganho econômico para a cidade. “Carnaval é alegria. Quando assumi a gestão, um ano atrás, eu disse a todos que essa cidade não seria mais triste, que não seria uma cidade que não acontece nada, e é isso que estamos tentando fazer. Está de parabéns a cidade de Belo Horizonte, a nossa equipe, os hotéis, os bares e os ambulantes que vão fomentar essa economia que está tão combalida”, disse.
 

Hotelaria 
Quem também espera colher frutos com o aumento no fluxo de pessoas no período de festa é o setor de hospedagem. A expectativa da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas (ABIH-MG) é a de que a ocupação média na capital supere de 10% a 15% os 53% de ocupação de 2017. 

Principal reduto dos blocos, os estabelecimentos da região Centro-Sul, que concentra 47% dos cortejos, esperam até 90% de ocupação, estima o órgão.
Para Diogo Alves da Paixão, diretor da ABIH-MG, esse dado retrata o crescimento do Carnaval da cidade nos últimos anos.

“Recordes absolutos (de ocupação) para o período. Imagine que há alguns anos a hotelaria dava até folgas para os funcionários neste período por conta da baixa procura”, ressalta o gestor.
 

  

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