Fid 2017 tem como foco central o intercâmbio;evento mescla espetáculos com debates culturais

Thiago Pereira
talberto@hojeemdia.com.br
26/10/2017 às 08:40.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:24
 (Borges/Divulgação)

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Dançar para não dançar, já diria Rita Lee. Este lema, aplicável em tantas áreas da vida, também ajuda a entender o movimento proposto para a edição 2017 do Fórum Internacional de Dança, que será realizado a partir deste domingo e segue até 4 de novembro. A proposição central do evento este ano é discutir a dança como fomento cultural e econômico, em tempos de escassos recursos para a cultura.

“O foco é estabelecer parcerias e ações de cooperação entre a gente e as regiões da Ibero-América e América Latina”, diz Cristiane Oliveira, artista e gestora cultural do FID. “Estamos investindo nos negócios, queremos ser uma vitrine de promoção das produções artísticas de Minas Gerais, diante de políticas públicas que não estão auxiliando. Mais do que reclamar, queremos criar caminhos, formas de existir”. 

Isso se espelha no destaque dado na programação aos fóruns, que centram foco em intercâmbios, políticas públicas de fomento da dança e economia criativa, dentre outros aspectos de incentivo à sustentabilidade e democratização dessa forma artística. “A medida que entendemos o capitalismo global, temos que atuar de acordo com as regras do jogo. Não é uma visão maniqueísta. Ao contrário, buscamos um intercâmbio, conversas com nosso entorno, que é uma coisa que fazemos pouco. Tradicionalmente nossa região ainda é colonizada pela Europa e temos de ver a cultura menos nestes termos, e mais como comunicação”, acredita Oliveira. 

Dança
Estes apontamentos, de ordem prática, transbordam de alguma forma nos espetáculos também. “Retomamos o lema da edição de 2007, ‘Sul Real’, orientando menos para o movimento artístico e mais para a brincadeira que a palavra possibilita, ‘ Surreal’, na gramática latina, expondo essa necessidade de estabelecer conexões com nosso vizinhos”, diz. 

Sintoma maior desta opção é a presença da consagrada Companhia Nacional de Dança Contemporânea da Argentina (CNDC), que fará a abertura do evento neste domingo, no Sesc Palladium, com o programa duplo “Río Conmigo” e “8 Pies”. Na programação local o destaque é “Faça Algum Barulho”, apresentado por Rui Moreira e sua Cia. de Danças; além de “Como caibo neste mundo” e “Maravalha”, encenadas por Benjamin Abras e o Coletivo Multidanças. “São trabalhos que dão a ver muitas das questões que propomos discutir. O trabalho do Benjamim, por exemplo, dialoga muito com o camdomblé, com uma brasilidade, mas sem exotismo, uma coisa bem forte”, diz Oliveira.

Serviço: Abertura FID 2017 no domingo, às 20h, com a Compañia Nacional de Danza Contemporánea no SESC Palladium (Av. Augusto de Lima, 420-Centro). Ingressos: R$ 20 e R$10. Programação completa em www.fid.com.br

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