Filho de Eike Batista diz ter dado R$ 300 mil para família de ciclista morto

Diana Brito - Folhapress
25/04/2013 às 17:57.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:10

(Agência Estado)

RIO DE JANEIRO - O filho do empresário Eike Batista, Thor Batista, de 21 anos, falou nesta quinta-feira (25) em juízo pela primeira vez sobre seu envolvimento em um atropelamento ocorrido em março de 2012. O acidente resultou na morte de um ciclista Wanderson Pereira dos Santos. De acordo com ele, foram feitos acordos com a família da vítima. Ele conta que deu R$ 300 mil para uma tia de Santos.

Thor foi ouvido à tarde no Fórum de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, por conta do processo de homicídio culposo - quando não há intenção de matar - pela morte do ciclista, ocorrida na rodovia Washington Luís, em Duque de Caxias.

E disse ainda que tem recibos e documentos que comprovam os depósitos para uma tia de Santos, identificada apenas como Maria Vicentina. A vítima não tinha filhos e vivia com essa tia. A reportagem não conseguiu contatos com a família da vítima.

Velocidade

O filho do empresário voltou a afirmar o que disse à polícia na época do acidente. Na ocasião, ele confirmou que trafegava dentro da velocidade permitida (110 km/h), que estava muito escuro no local. Em seu depoimento, Thor disse que o acidente foi "inevitável".

 

Thor Batista dirigia esta Mercedes-Benz SLR McLaren no dia do atropelamento (Foto Arquivo Hoje em Dia)



Um laudo divulgado no último dia 10 indicava que Thor dirigia entre 100 km/ a 115 km/h no momento do atropelamento. O laudo anterior, que foi retirado do processo, dizia que ele estava a pelo menos 135 km/h.

Em fevereiro, a Justiça anulou o primeiro laudo sob a justificativa de que o perito responsável havia tido contato direto com a Promotoria mais de uma vez. A assessoria do Thor Batista não comenta o caso.

Thor conta ainda que, como o carro que dirigia é baixo - Mercedes-Benz SLR McLaren -, viu apenas o quadro da bicicleta e um homem negro no meio da pista. Segundo ele, quando notou o ciclista "já estava em cima dele" e que freou o veículo. "O impacto foi grande", disse em depoimento. Ele afirmou ainda que sentiu um "solavanco" nos ombros e nos braços. O vidro do veículo estilhaçou com o impacto.

Em março, Thor faltou a uma audiência no fórum. A defesa dele alegou na época que a ausência era por conta de uma enfermidade não revelada, mas justificada em atestado médico, entregue à juíza Daniela de Souza, responsável pelo caso. Outro motivo alegado foi que o novo laudo sobre a velocidade do carro não estava pronto.

O filho de Eike afirmou ainda que nunca teve mais de um veículo em seu nome e que atualmente dirige três veículos diferentes. Segundo ele, nenhum dos carros é de sua propriedade. O único carro que tinha em seu nome, um veículo esportivo, foi vendido "em razão de problemas financeiros que sua empresa vem passando", declarou. O carro envolvido no acidente era de propriedade de Eike Batista.

A sentença deve sair até o final do semestre, mas cabe recurso para ambas as partes.

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