Fim de caso

Publicado em 04/08/2017 às 00:01.Atualizado em 15/11/2021 às 09:54.

Apesar das tentativas da oposição de arrastar a sessão, a votação no Plenário da Câmara dos Deputados para decidir sobre o prosseguimento ou não denúncia contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva, encerrou ainda na quarta-feira. Mesmo antes do fim da votação, o governo conseguiu os 172 votos necessários para barrar o prosseguimento da denúncia. O voto decisivo foi dado pelo deputado Áureo (SD-RJ). Entre os deputados mineiros que votaram na sessão na Câmara, nesta quarta-feira, 33 votaram contra a continuidade das investigações; 18 votaram a favor; um absteve-se e outro se ausentou.
 
Sessão tumultuada
Além da tensão gerada pela expectativa da aprovação ou não do prosseguimento da investigação contra o presidente Michel Temer, a sessão de votação na Câmara também foi bastante tumultuada. No fim da tarde, o plenário foi marcado por empurra-empurra e confusão durante o discurso do líder da minoria, deputado Zé Guimarães (PT-CE). O tumulto começou após dois parlamentares jogarem camisetas um no outro e logo a confusão tomou conta do Plenário. Outros deputados jogaram dólares falsos para o alto e começaram a gritar, malas de dinheiro e vários bonecos Pixuleco, na forma do ex-presidente Lula com uniforme carcerário, também foram levados para o Plenário.
 
Fôlego novo
Apesar do placar apertado – 263 votos contra o prosseguimento da investigação contra o presidente Temer, 227 a favor, duas abstenções e 19 ausências – o presidente respira aliviado em ver o processo rejeitado. Para que a denúncia fosse para frente, eram necessários 342 votos, 2/3 dos 513 deputados. O resultado fortalece o presidente na Câmara, dando-lhe mais força e governabilidade, inclusive para fazer frente nas votações das propostas de reforma, que tramitam no Congresso Nacional.
 
Perde e ganha
Junto com a vitória do governo na votação da denúncia contra o presidente Michel Temer, há uma série de resultados emblemáticos a ser considerada. Uma delas é o fortalecimento dos partidos do Centrão (PP, PR, PTB e PSD), que se mantiveram fieis ao governo e agora esperam contar com mais projeção e compensação com cargos na Esplanada dos Ministérios. Os ministros palacianos, Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência, também saem fortalecidos, já que dedicaram os últimos dias às negociações para garantir a permanência do presidente no cargo. A fidelidade de Romero Jucá, presidente do PMDB, e de outros peemedebistas, assim como de uma ala do PSDB, certamente não será esquecida.

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