SALVADOR - Um incêndio que já dura cinco dias na região das serras da Bahia dobrou de tamanho na madrugada desta sexta-feira (11) e fez o governo do Estado pedir ajuda federal. As chamas se alastraram pelo Parque Nacional da Chapada Diamantina, famoso pelo turismo ecológico, na parte central baiana. Ameaça ainda municípios como Lençóis, o mais badalado da região, e pontos de visitação como a cachoeira da Fumaça e o morro do Pai Inácio. A área afetada, que estava em cerca de 500 hectares, chegou a 1.050 hectares após mapeamento com imagens de satélite. O número equivale a seis parques do Ibirapuera, em São Paulo. O parque nacional, que tem 152 mil hectares e é mais um lugar a sofrer com a seca no Nordeste, já havia passado por outro incêndio em novembro do ano passado. Constantes queimadas na região contribuem para o risco. O Instituto Chico Mendes, autarquia federal responsável pelo parque, diz que a situação é difícil de ser controlada. O órgão afirma que já contratou 45 brigadistas e está deslocando outros 16 de Brasília para combater o fogo. Enquanto o Ibama vai levar um helicóptero que estava na Amazônia, o governo da Bahia promete duas aeronaves "air tractor" (com condição de jogar água sobre o local), além de equipamentos, veículos e R$ 20 mil para compra de água e alimentação para os brigadistas. Voluntários Até então, as tentativas de conter os focos vinha sendo feitas por bombeiros e brigadas voluntárias como a do vale do Capão, encravado no município de Palmeiras. "Estamos subindo a serra às 18 horas e voltando ao meio-dia seguinte, em condições complicadas de trabalho", diz Adelson Marques, um dos brigadistas. "Já tivemos uma perda monstruosa para biodiversidade, em nascentes de rios e na mata ciliar", diz Aila Teperhans, que também atua como voluntária.