Um dos relatórios da auditoria Ernest & Young sobre os custos dos coletivos divulgados no fim de fevereiro mostra que as concessionárias de transporte público de Belo Horizonte não estão cumprindo requisitos mínimos para a operação do atual sistema.
Uma série de irregularidades foi detectada nas garagens das concessionárias e nos ônibus. Foram avaliados os consórcios Pampulha, BHLeste, Dez e Dom Pedro II. Nem metade das exigências básicas do SITBus (painel eletrônico encontrado em alguns pontos de ônibus) foi atingida pelas empresas, segundo o “Relatório Final de Verificação dos Requisitos Mínimos”, disponível no site da BHTrans.
Ao todo, 267 ônibus foram vistoriados pelos consultores em setembro de 2013. O resultado apontou falta de itens obrigatórios por lei, entre eles tacógrafos, extintores de incêndio, informações ao usuário, pneus em desconformidade com a legislação, documentação, sensores de portas e roletas sem homologação pela BHTrans.
A auditoria também encontrou frotas com idade média superior ao permitido, de quatro anos e meio, em três dos quatro consórcios. O prazo limite por ônibus é de dez anos. Já nas garagens, pavimentação inadequada, falta de guaritas e estacionamento para veículos leves foram detectados.
CHECKLIST
A assessoria de imprensa do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) informou que, antes de os coletivos iniciarem as viagens diárias, é feito um checklist que comprova a existência de todos os itens obrigatórios. Caso falte algum deles, o ônibus é substituído por outro que cumpra as determinações.
A falta dos itens apontados pela auditoria foi atribuída à depredação dos veículos durante as viagens. A entidade informou que outros equipamentos, como tacógrafos, foram regularizados. Quanto à idade média da frota, o sindicato alega que os ônibus estão dentro do prazo legal. Sobre o SITBus, o Setra informou que o sistema está praticamente implementado. As empresas tentam conseguir que as tarifas sejam reajustadas em 7,21%.
Por meio da assessoria, a BHTrans disse que a diretoria só se posicionará após avaliar os relatórios. O Ministério Público Estadual também deve se pronunciar ainda nesta semana.