Janaína Gonçalves
Repórter
O município de Janaúba comemora com a reabertura do frigorífico Independência, uma das maiores empresas exportadores de carne bovina do Brasil, que retomou as atividades de abate e desossa. Após entrar com pedido de recuperação judicial no começo de março, a empresa efetuou 6,2 mil demissões em oito unidades de corte de gado e de distribuição.
De acordo com a empresa, o trabalho agora terá a capacidade de abate inicial de 400 cabeças de gado por dia, como parte do plano de reestruturação e a contratação de cerca de 300 funcionários.
O presidente do Sindicato Rural de Montes Claros, Ricardo Quadros Laughton, explica que os pecuaristas são orientados pela assessoria jurídica da Faemg - Federação da Agricultura do Estado, que dará o respaldo jurídico para as medidas a serem adotadas, para a dívida que gira em torno de R$ 20 a R$30 milhões.
O fechamento do Frigorífico Independência causou prejuízo para economia regional e nacional, com a demissão de 4.800 funcionários em toda a rede no país.
Desde o início do ano, a empresa vive uma crise que atinge funcionários e pecuaristas, o que gerou resultados negativos. No momento, o frigorífico alega vender abaixo do custo de produção e ainda tem alto custo financeiro e elevada taxa de inadimplência.
A notícia de reabertura veio atender somente os funcionários, mas os credores reivindicam seus direitos diante ao governo e espera que o pagamento dos pecuaristas seja resolvido o quanto antes. - Com a crise financeira, caiu o consumo no frigorífico e por consequência o número de exportação - salienta.
O presidente salienta ainda, que foi realizada na semana passada uma conferência onde o representantes do frigorífico junto ao sindicato, colocaram suas propostas, para amenizar de alguma forma os impactos econômicos gerados, com o seu fechamento temporário.
Apesar das retomadas das atividades no município de Janaúba, as outras entidades do país ainda continuam fechada, a medida só será resolvida conforme medida judicial, com a participação da empresa, sindicalistas e produtores.
Laughton reforça ainda que a empresa encontra-se num processo de enxugamento, como alternativa mais viável, para resolver a situação geral do frigorífico.
FINANCIAMENTO
O processo de negociação conta com apoio do BDMG - Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais e com BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Social. Os membros do senado, da Associação dos Criadores de Gado de Corte do Norte de Minas e pecuaristas da região, esperam uma solução o mais breve possível.