Funai confirma morte de índio munduruku em confronto com PF

Luciano Nascimento - Agência Brasil
09/11/2012 às 20:25.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:04

BRASÍLIA - A morte de um índio da etnia Munduruku, ocorrida quarta-feira (7), durante confronto com a Polícia Federal, foi confirmada nesta sexta-feira (9) pela Fundação Nacional do Índio (Funai). O corpo foi localizado às margens do Rio Teles, na Terra Indígena Kayabi, na divisa dos estados de Mato Grosso e do Pará.  

Em nota, a Funai informou que, “durante a operação, houve confronto, que resultou em policiais e indígenas feridos" e que um indígena morreu. De acordo com a Funai, alguns indígenas prestaram depoimento às autoridades policiais, no município de Sinop (MT), e voltaram para a aldeia.

A assessoria da Polícia Federal na região disse que tomou conhecimento da morte de Adenilson Kirixi Mundukuru, mas ressaltou que aguarda a necropsia para saber a causa do óbito. A Funai informou que está acompanhando a situação e que também aguarda a investigação sobre a causa da morte pelos órgãos competentes.

A denúncia partiu dos próprios indígenas, que acusaram a Polícia Federal de ter matado Adenilson. Ele desapareceu durante confronto entre índios Mundukuru e agentes da Polícia Federal, no início da manhã de quarta-feira. O conflito foi durante a Operação Eldorado, voltada para a repressão do  garimpo ilegal na região.

De acordo com os índios, a Polícia Federal chegou ao local por volta das 8 horas, usando helicópteros e fortemente armada. O barulho das máquinas teria assustado a comunidade, que lançou flechas em defesa da aldeia. Os agentes, então, revidaram com tiros e armas de efeito moral.

Cinquenta e uma organizações lançaram, ontem (8) nota em defesa dos índios munduruku e repudiando o ocorrido. “Exigimos que os fatos sejam apurados e os culpados pelos ataques e assassinato do índio munduruku sejam criminalmente penalizados." A nota das organizações critica também o projeto do governo federal para a região, considerando-o um “projeto de destruição da floresta, dos rios e da vida na Amazônia”.

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