Funcionários do Google ao redor do mundo protestam contra assédio sexual

Estadão Conteúdo
01/11/2018 às 17:03.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:34

(Reprodução / Twitter)

Aproximadamente mil funcionários do Google de todo o mundo deixaram os escritórios nesta quinta-feira (1), para se manifestarem contra a conivência da empresa com casos de assédio sexual cometidos por executivos - conduta que foi revelada por uma reportagem do The New York Times na semana passada. O protesto, que está sendo chamado de #Googlewalkout, teve a participação de funcionários de 47 escritórios da empresa, incluindo Ásia e Europa.

Nos Estados Unidos, a manifestação começou em Nova York às 11h, no horário local. Mulheres e homens estavam presentes, segurando cartazes com dizeres, como "respeito às mulheres" e "não está tudo bem, Google". Alguns americanos que não são funcionários da empresa também se uniram ao protesto.

Os funcionários listaram as suas demandas de mudança para a empresa. São elas: fim da arbitrariedade forçada em casos de assédio e discriminação, solicitação de um relatório público de transparência sobre casos de assédio sexual, elaboração de um processo transparente e inclusivo para denúncia de assédio sexual de forma anônima e segura, permissão para o diretor de diversidade se reportar diretamente ao presidente executivo da empresa e fazer recomendações ao conselho administrativo, nomeação de um representante dos funcionários para o conselho, e compromisso pelo fim da desigualdade de salários entre homens e mulheres.

Segundo relatos de funcionários, a mobilização foi construída por meio de vários e-mails trocados entre os colegas. A ideia do protesto surgiu no final de semana, quando os funcionários se reuniram em um fórum interno para debater o assunto.
 

Google employees at the company's U.K. headquarters are staging a walkout to protest how the tech giant has handled sexual harassment pic.twitter.com/8s8CxIkfpt— TicToc by Bloomberg (@tictoc) 1 de novembro de 2018
Very proud to participate in the #googlewalkout today showing solidarity with my colleagues, fighting for equality and demanding real change ! pic.twitter.com/QN5gzkigPr— Karen O'Connell (@karenmaryo) 1 de novembro de 2018
Large crowd still walked out @Google Dublin @ 11:30 #GoogleWalkout pic.twitter.com/rPZxULWhvW— Cathal Curry (@CurryCathal) 1 de novembro de 2018
The #googlewalkout in Zurich has impressive numbers! @googlewalkout pic.twitter.com/bgLHDLYfez— Ted (@TedOnPrivacy) 1 de novembro de 2018
The first of many coordinated #GoogleWalkout protests has begun - this is at the firm’s office in Singapore. (Pic via https://t.co/h44RZYGGHV ) pic.twitter.com/QeFgmPbHnN— Dave Lee (@DaveLeeBBC) 1 de novembro de 2018


Entenda os motivos

A manifestação dos funcionários do Google é uma resposta à reportagem do The New York Times publicada na última quinta-feira (25). Nela, o jornal revelou que o Google protegeu três executivos que foram acusados de assédio sexual - um deles foi Andy Rubin, criador do Android, para quem a empresa pagou US$ 90 milhões na rescisão, segundo a reportagem.

Outro nome envolvido foi o de Richard DeVaul, diretor do Google X - área de pesquisa e desenvolvimento tecnológico da Alphabet, holding que controla o Google. O executivo é acusado de assediar uma engenheira durante o processo seletivo para uma vaga na equipe dele. DeVaul pediu demissão da Alphabet nessa quarta-feira (31).

O presidente executivo do Google, Sundar Pichai, mandou um e-mail aos funcionários, em resposta à má conduta da empresa com casos de assédio sexual. No e-mail, Pichai não negou as acusações da reportagem, pediu desculpas e disse ainda que a empresa precisa adotar uma linha mais dura quanto a comportamentos inadequados. Pichai também declarou apoio ao protesto dos funcionários do Google.

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