
O ano de 2025 começou em guerra com as duas maiores potências econômicas do mundo. Estados Unidos e China se bombardeiam com tarifas de importação. Uma disputa que começou logo no primeiro dia de governo de Donald Trump.
Até então, a guerra tem sido travada com canetadas e os dois gigantes sabem muito bem que nesse tabuleiro de War não é possível ir além das assinaturas de decretos. Mas há 14 anos a Kaos Studios imaginou um cenário em que os EUA fossem atacados por forças asiáticas. Na trama em questão eram as Coreias (Sul e Norte) e o Japão.
Na trama, a coalizão oriental chega aos EUA pela costa do Pacífico, no ano de 2027. Um futuro de médio prazo para a época, mas coladinho na nossa atualidade.
Claro que sul-coreanos e japoneses não têm o menor interesse em comprar briga com Tio Sam.
Afinal, dependem do suporte militar norte-americano para manter seus mares e fronteiras protegidos do vizinho norte-coreano.
Mas esse padedê tributário reacendeu uma vontade de jogar novamente o game, que ficou marcado por notas pouco amistosas à época. Distribuído pela THQ, Homefront recebeu duras críticas do público e também da imprensa especializada em 2011 pelo fato de o jogo se assemelhar demais com Call of Duty: Modern Warfare 2, da Activision.
Em uma visão superficial, ser comparado com CoD:MW2 poderia ser considerado um elogio, afinal foi um dos melhores episódios da franquia. Mas as reclamações se deram pela falta de inovação. A expectativa era que o game trouxesse revoluções de jogabilidade ou uma experiência inédita.
Uma balela, pois é um jogo de tiro muito bem elaborado. Além disso, o principal objetivo desse tipo de game é: dar tiros.
Na época, o efeito negativo chegou a derrubar os papéis da THQ no mercado de ações em 26%, logo após sua publicação em 2011. A empresa chegou a anunciar que precisaria vender pelo menos 2 milhões de unidades para empatar o investimento da produção.
No entanto, a grande falha do título, assim como acontece com Modern Warfare 2, é que ele é curto demais. Não é preciso mais de cinco horas de jogo para chegar aos créditos finais. Para um jogo desse porte é algo revoltante, pois é como se a história fosse cortada no meio do caminho.
Assim como demais produções do gênero, a campanha era apenas um chamariz para formar uma base de jogadores do modo multiplayer. O problema é que naquela época a galera já se dividia entre CoD e Battlefield.
Tecnicamente, o título é ótimo, com gráficos muito bem trabalhados, assim como as ótimas texturas e física condizente para os padrões técnicos de 15 anos atrás. Há um cuidado esmerado com os detalhes, como por exemplo os pontos fluorescentes da mira de um pistola, que aparecem na sombra e somem diante da luz do sol. Hoje isso é praticamente “item de série”, mas há 14 tinha seu charme.
A jogabilidade é bastante intuitiva, sem trazer nenhum tipo de inovação incompreensível, que acabaria tornando a experiência cansativa e desgastante. Uso de veículos, assim como missões de sabotagem, como plantar e detonar explosivos estão lá para alternar com os momentos de tiroteio.
Mas o grande trunfo de Homefront é o enredo, que leva o jogador para uma ambientação pouco comum. Afinal, hoje, é difícil imaginar cidadãos norte-americanos sendo conduzidos como bichos.
A menos que sejam imigrantes, que sofrem todo tipo de truculência no processo de deportação.
A assinatura do roteiro ficou a cargo de John Milius, que escreveu a história do clássico “Apocalypse Now”, de Francis Ford Coppola. Homefront foi lançado para PlayStation 3, Xbox 360 e PC. Atualmente pode ser achado na Steam por R$ 99.