Genialidade de Sganzerla reverenciada em dois filmes

Paulo Henrique Silva - Do Hoje em Dia
19/07/2012 às 11:56.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:41

(Divulgação)

Não deixa de ser curioso que dois longas-metragens que revisitam a obra e o pensamento do diretor Rogério Sganzerla (1946-2004), criador do movimento Udigrudi ao lado de Júlio Bressane, nas décadas de 1960 e 1970, tenham a palavra “luz” no título. É sintomático de uma época em que os filmes comerciais abafaram a ousadia e a transgressão. Espécie de continuação de “O Bandido da Luz Vermelha” (1968), o filme “Luz nas Trevas”, dirigido pela viúva e atriz Helena Ignez, tem hoje a sua última sessão em Belo Horizonte. No sábado, começa o Festival É Tudo Verdade, no Teatro Oi Futuro Klauss Vianna, em que a grande atração é o documentário “Mr. Sganzerla – Os Signos da Luz”, de Joel Pizzini.   Nos dois casos, Sganzerla ressurge não apenas no roteiro que deixou pronto, adaptado por Helena, e como tema, mas também como uma importante bússola para a retomada do papel do autor no cinema.   “Meu filme tem uma autonomia autoral, pois me reconheço muito nele”, observa Pizzini ao Hoje em Dia. “Os documentários têm uma tendência de serem muito reverentes, com a sombra do ‘sobre’, o que não acontece em Mr. Sganzerla. Ele é minha visão de mundo, promovendo uma interessante soma com o discurso do Rogério. Eu não me escondo atrás da câmera. Ao contrário, me revelo nos espelhamentos com o pensamento do autor”, completa.   Apesar de partir de um personagem de Sganzerla, Helena Ignez também não quer viver à sombra da obra do marido. Protagonizado pelo cantor Ney Matogrosso, “Luz nas Trevas” não é um trabalho passadista, que se contenta em recuperar o espírito de uma época, mas que busca encontrar o novo lugar da rebeldia através do escracho.   Leia mais no Jornal Hoje em Dia

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