Georgino Sideral

Publicado em 16/10/2018 às 07:40.Atualizado em 10/11/2021 às 02:58.

De olhar calmo e sereno.

Compenetrado.

Com um leve toque de ironia e humor ao mesmo tempo.

Com uma visão leve da vida e a simplicidade que se requer dos fazedores de bem.

Assim é minha visão do inestimável Georgino Jorge de Souza Junior.

Nos aproximamos pelas mãos calorosas do filho, hoje um grande companheiro, Gino.

Ali fiquei sabendo que ele era fã do futebol do meu saudoso e querido pai, Nilson Espoletão.

E, que entre uma pincelada ou outra, lia também minhas crônicas aqui nas páginas de O NORTE.

Eu já sabia de seu intelecto de poeta, posto que conhecesse a canção que todos sabem, que, composta em parceria com o também amigo Tino Gomes, se transformou no hino de nossa cidade: Montesclareou.

Por causa disso, lembrei-me de outras, como Sideral, que embalaram minha adolescência e que naquela época eu pensava serem os autores tão “distantes”. Coisas de criança.

Era deste cérebro pensante da modernidade que eu havia me tornado próximo.

Esforcei-me com capricho para juntar os dois, Tino e ele, numa gravação especial para a TV Geraes, onde eles contavam histórias da vida, da música e da arte de seus saberes.

Junto a Gino, conseguimos a reunião de bacanas e ali estava selada a nossa amizade “forever”.

E assim fomos nos vendo por aí.

Alheio a tudo e a todos os males da humanidade, nos entendemos.

Nossas músicas pareciam ser as mesmas, no mesmo tom, nas mesmas épocas e no mesmo ritmo... ou não.

Mas havia a afinidade...

A serena idade fez dele cada dia melhor.

Amigo de tudo e de todos.

Filhos amigos.

Netos amigos.

Amigos amigos.

Recluso, sempre permitia que os mais jovens fossem entender um pouco de sua sabedoria.

Fui um dos que quis ouvi-lo sempre por que intermédio fosse: escritas, mensagens ou mesmo in-loco.

Agora ele deixou seu legado.

Nós ainda não somos para sempre.

Mas como diria outro poeta, Rogério Flausino:

“Vivemos esperando o dia em que seremos para sempre...”

Ou como escreveu o apóstolo Paulo:

“Eu tenho esperança... de que haverá uma ressurreição de justos e injustos” (Atos 24:15).

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