A Conferência do Clima da ONU, COP27, em Sharm El-Sheikh, no Egito, abriu com um pedido dramático do secretário-geral da ONU, António Guterres, nesta segunda-feira (7), para países ricos e em desenvolvimento façam um pacto para evitar o que ele chamou de “catástrofe climática”.
O pacto propõe esforços de todos os países para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. E um pedido para que as nações mais ricas e as instituições financeiras internacionais prestem assistência às economias emergentes para acabar com a dependência de combustíveis fósseis e a construção de usinas de carvão, fornecendo energia sustentável.
Neste contexto, o Brasil, na COP 27, apresenta o potencial do país para a produção de energia limpa, obtida por meio de eólicas offshore, abastecidas por ventos em alto mar.
No cenário internacional, os investimentos no setor de energia no Brasil atingiram, entre 2019 e 2021, a cifra de R$ 186 bilhões, afirma o Governo Federal.
A capacidade de geração de energia eólica saltou de 14 gigawatts em 2018 para 22 gigawatts em 2022. Com isso, o Brasil já é o 6º maior país do mundo em capacidade instalada em eólica, atrás apenas da China, Estados Unidos, Alemanha, Índia e Espanha.
Estudos apontam que apenas por meio desta fonte de origem renovável o país pode gerar 700 gigawatts de energia, devido às condições territoriais e climáticas brasileiras – 3,6 milhões de km² de área, 11 mil quilômetros de litoral e ausência de tempestades ou furacões.
O Rio Grande do Norte aumentou sua geração de energia eólica em mais de 35% em 2021 em relação à 2020. E passou a ser o estado com a maior produção de energia eólica do Brasil. Atualmente, 89% da energia do estado é produzida por fontes renováveis (somadas hidráulica, eólica, solar e biomassa), segundo dados do Balanço Energético Nacional.
No estande montado pelo Brasil na COP 27 visitantes podem fazer, por meio de óculos de realidade virtual, um passeio pela Amazônia e conhecer programas voltados à proteção de diversos biomas nacionais (Ruben Naftali / Secretaria Especial de Comunicação Social do Governo Federal / Divulgação)
No estande montado pelo Brasil na COP 27, tem uma área imersiva, onde o visitante pode experimentar sensações ligadas às fontes de energia limpa – vento (eólica), calor (solar) e barulho do mar (eólica offshore), entre outras.
Além disso, as pessoas podem fazer, por meio de óculos de realidade virtual, um passeio pela Amazônia. E conhecer programas voltados à proteção de diversos biomas nacionais, como a Operação Guardiões do Bioma, que reúne órgãos de segurança pública e ambientais na proteção de nossos biomas, em especial o da Amazônia Legal.
Com uma área de 4.196.943 km² de florestas densas e abertas, a Amazônia equivale à área da União Europeia e é um dos maiores e mais diversificados biomas do mundo, com mais de 300 espécies de mamíferos e mais de 1,3 mil espécies de aves. É o maior bioma do Brasil, abrangendo toda a Região Norte e parte das Regiões Nordeste e Centro-Oeste.
Bombeiros de 3 estados fizeram treinamento em Minas para Operação Guardiões do Bioma (PCIF/BEMAD / Corpo de Bombeiros / Divulgação)
Em julho deste ano, época em que prevalece o tempo seco, 66 bombeiros militares - 33 bombeiros de Minas e 33 do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Distrito Federal, todos especializados no combate a incêndios florestais, que atuam na Operação Guardiões do Bioma, do Governo Federal, no combate a queimadas e incêndios florestais em todo o país, fizeram um treinamento em Minas.
O treinamento foi para promover um nivelamento de métodos de extinção de incêndio, como o uso de equipamentos a exemplo de bombas costais, abafadores, ferramentas, sopradores, além de noções de georreferenciamento (uso de GPS), montagem de acampamento, deslocamento em áreas de difícil acesso, resgate de vítimas ou amparo a bombeiros militares acidentados.
Minas Gerais foi escolhido para o treinamento especial pela experiência do Corpo de Bombeiros na atuação de combate a incêndios florestais. De acordo com a corporação, no estado, nos últimos quatro anos, a quantidade dessas ocorrências vem aumentando.
Em 2019, no período de estiagem, entre abril e setembro, o número se aproximava de 15 mil registros; no ano passado, foram quase 22 mil. Desses, mais de 800 foram em locais de difícil acesso, como parques, reservas, áreas de pasto e reflorestamento.
A Operação Guardiões do Bioma acumula números expressivos desde o início das atividades, com 18.300 incêndios florestais combatidos e redução de 2,16% do desmatamento da Amazônia Legal. Mais de oito mil profissionais estiveram envolvidos em 3.853 ações preventivas, que resultaram em sete mil crimes ambientais combatidos e 1.607 multas aplicadas.
Destacam-se ainda o resgate, entrega ou soltura de 1.580 animais, a apreensão de 5.848 mil m³ de madeira, mais de 53 toneladas de minérios, mais de 192 mil litros de combustíveis, além de 182 aeronaves apreendidas, interditadas ou destruídas.
Leia mais