O Brasil cobrará explicações dos Estados Unidos sobre “o tratamento degradante” dado aos brasileiros deportados que relataram agressões e humilhações no voo de volta para o país que pousou no o aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus na noite desse sábado (25).
O chanceler Mauro Vieira, esteve em Manaus, para uma reunião com o delegado Sávio Pinzón, superintendente interino da Polícia Federal no Amazonas, e com o major-brigadeiro Ramiro Pinheiro, comandante do 7º Comando Aéreo Regional, discutindo sobre os incidentes durante o traslado dos deportados.
O voo partiria dos EUA na última sexta-feira (24), com destino a Belo Horizonte, porém, a aeronave precisou pousar na em Manaus para manutenção, cancelando assim o restante do voo. Algemados, os brasileiros desceram da aeronave e por determinação do governo brasileiro, foram soltos por agentes da Polícia Federal.
Em seguida, o presidente Lula (PT), determinou que um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) fosse mobilizado até o Amazonas para que os passageiros pudessem completar o voo 'com dignidade e segurança'.
Avião com deportados chega à Belo Horizonte
O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) com 88 brasileiros deportados dos Estados Unidos chegou na noite deste sábado (25) a Minas Gerais. A pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, acompanhou o desembarque das famílias no Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte.
“O nosso posicionamento é que os países podem ter suas políticas migratórias mas nunca violar os direitos humanos de ninguém”, disse Macaé, ao recepcionar os brasileiros em Confins. “A gente não pode suportar a violação dos direitos humanos e o que aconteceu nesse voo foi a violação dos direitos dos brasileiros”, acrescentou em vídeo divulgado pelo ministério nas redes sociais.
No mesmo vídeo, o brasileiro deportado Erionaldo Santana contou que foram presos e algemados, nos Estados Unidos, na quarta-feira (22). “Chegamos no Brasil, continuamos com algemas, falamos que estávamos em território brasileiro, que eles [autoridades norte-americanas] tirassem as algemas, mas eles não queriam tirar”, relatou.
As operações de deportação em massa de imigrantes ilegais nos Estados Unidos tiveram início poucos dias após o início do mandato do presidente norte-americano Donald Trump. Na noite da última quinta-feira (23), 538 pessoas foram detidas e centenas foram deportadas em operação anunciada pela Casa Branca.
“A administração Trump deteve 538 imigrantes ilegais criminosos”, anunciou a porta-voz Karoline Leavitt, acrescentando que centenas foram deportados em aviões do Exército norte-americano. “A maior operação de deportação em massa da história está em curso”, disse.
Ao longo da campanha presidencial, Trump prometeu conter a imigração ilegal no país, cenário classificado por ele como “emergência nacional”. Logo em seu primeiro dia na presidência dos EUA, o republicano assinou ordens executivas destinadas a impedir a entrada de imigrantes nos Estados Unidos.
*com informações da Agência Brasil
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