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Busca por roupa 'mais em conta' faz mercado de brechós crescer 48% em BH

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
27/06/2022 às 07:15.
Atualizado em 27/06/2022 às 07:32

Só entre 2021 e junho desse ano, foram abertas 104 lojas na capital. Em Minas, são mais de 500, segundo levantamento feito pelo Sebrae-MG: oportunidade de renda com uma moda sustentável (Lucas Prates/Hoje em Dia)

Os brechós são tendência em 2022. Os empreendimentos que vendem roupas e artigos usados cresceram 48% desde o início da pandemia, em 2019. Só entre 2021 e junho desse ano, foram abertas 104 lojas em Belo Horizonte. Em Minas, são mais de 500, segundo o Sebrae-MG.

A estratégia para continuar crescendo é a realização de feiras. Eventos itinerantes, e alguns regulares, começam a fazer parte do calendário de BH. “Como a ‘Maleta Criativa’, toda semana no edifício da rua da Bahia, e a feira ‘Raulzona’, que acontece na Praça Raul Soares”, conta Joubert Garcia, publicitário que há quatro anos adotou o ramo de moda sustentável.

Segundo ele, de lá para cá, o movimento e a concorrência só cresceram. “Em parte, é uma necessidade encontrar um produto de qualidade por um preço acessível. Mas tem muito a ver com mudança de mentalidade também. As pessoas entendem, cada vez mais, que a moda precisa ser sustentável”, conta.

A maior parte dos negócios funciona com poucos funcionários. O aumento do comércio on-line nos últimos meses deu novo gás ao segmento.

Maior parte dos negócios funciona com poucos funcionários. Comércio on-line disparou nos últimos meses

Hoje, é perfeitamente possível viver com os lucros de um brechó, mas muita gente ainda atua pela necessidade do resultado imediato. A pessoa acredita que brechó é só uma forma de ganhar dinheiro rápido, com algum produto que está sem uso, mas não é só isso. É preciso curadoria, buscar mercadorias de qualidade e muito trabalho para manter os clientes”, acrescenta Joubert Garcia.

Conforme a analista do Sebrae Minas, Michelle Salub, o grande obstáculo é a falta de planejamento, controle financeiro e formação de preços. 
“O produto é usado, tem que ser mais barato, mas o empreendedor precisa saber calcular os custos dele”, afirma ela, que ainda acrescenta: “existe uma crendice de que brechó e bazar são coisas desorganizadas. É preciso romper esta barreira para crescer”.

A fisioterapeuta Nubia Schetinno, de BH, é uma das clientes fiéis do brechó. Para ela, a experiência da sustentabilidade e a garantia de peças raras são os principais atrativos. “Já comprei todo tipo de roupa, mas o que mais me chama atenção é que a gente consegue peças únicas e de qualidade. O risco de encontrar alguém usando a mesma roupa é menor”, diz.

Já a secretária Graziella Almeida, também da capital, está preocupada mesmo é com o preço. “Busco especialmente para crianças. Criança cresce muito rápido e deixa de usar a roupa rápido também, então é possível encontrar peças de ótima qualidade”, afirmou.

Proprietário de um brechó na região central da capital, Frederico Pires reforça que é preciso pesquisar. “Vai depender de cada brechó. A pessoa tem que saber que tipo de produto quer para procurar a loja ideal. Você encontra brechós com roupas boas e preços de R$ 10 a R$ 5 mil”.

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