A Eslováquia está recebendo refugiados ucranianos em fuga após os ataques iniciados pela Rússia, na madrugada desta quinta (24). Segundo o consulado da Eslováquia em Belo Horizonte, o transporte por trens e aviões está interrompido na Ucrânia, mas o país está recebendo todos os que conseguem atravessar a fronteira terrestre, pelas estradas que ligam os dois países.
De acordo com Renato Werner, cônsul da Eslováquia em Belo Horizonte, ainda não é possível quantificar o número de refugiados, mas informou que o país está recebendo refugiados de diversas nacionalidades, mesmo sem documentação.
Segundo ele, mineiros que estão na Eslováquia têm feito contato com o consulado em busca de orientações e com temor do conflito se expandir. “A minha recomendação, neste momento, é que as pessoas que não dispõe de condições para se manter na Eslováquia por um tempo prolongado, em caso de agravamento do conflito e fechamento dos aeroportos, devem retornar ao Brasil”, disse o cônsul.
“A Eslováquia faz parte da União Europeia (UE) e a Ucrânia não; nesta situação é necessário apresentação de documentos e formalidades que nós, por razões humanitárias, estamos abrindo mão neste momento”.
A Eslováquia, assim como a Ucrânia, faz parte dos países de origem eslava que mantêm vínculos culturais e históricos com a Rússia, por isso existe certo receio que o conflito ultrapasse as fronteiras ucranianas e alcance outros países de influência russa na região.
Segundo o Cônsul, “muito sangue russo já foi derramado em território da eslováquia, inclusive para defender nosso país. Existe um laço histórico entre as duas nações. A Rússia é uma aliada histórica, mas hoje a população está dividida entre o apoio à Rússia e o temor de uma invasão territorial”, comentou.
Consequências políticas e econômicas
Uma missão comercial entre Brasil e Eslováquia estava prevista para acontecer em Bratislava, capital da Eslováquia, no dia 22 de março, mas a viagem foi suspensa por causa do conflito.
O cônsul Renato Werner salienta que este tipo de conflito tem potencial para grandes prejuízos econômicos e políticos de grande proporções, pois não se limita à Ucrânia e à Rússia.
Segundo ele, há expectativa que o conflito seja solucionado através de ações diplomáticas, mas que, infelizmente, “conflitos como esse a gente sabe como começa, mas ninguém pode dizer como terminará”, concluiu.
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