Dois integrantes da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defenderam, nesta quinta-feira (17), a suspensão do leilão da Companhia Brasileira de Trens Urbanas (CBTU), concessionária que administra o metrô de Belo Horizonte.
O ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) e o deputado federal Guilherme Boulos (Psol) fizeram ressalvas sobre a condução do processo de privatização, que está marcado para o 22 de dezembro deste ano, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo.
"Imagina você, por exemplo, privatizar uma situação que vai ter que ser homologada pelo próximo governo e que não concorda com o formato. Aí cria uma insegurança, uma eventual indenização", comentou França.
O ex-governador de SP disse ainda que vale o "bom senso" de quem está organizando o leilão e de quem irá adquirir a empresa. "A pessoa está adquirindo, mas a homologação vai ficar para frente", acrescentou.
França criticou também a privatização do porto de Santos (SP). "Ninguém faz correndo, em 30 dias. Depois fica uma insegurança jurídica".
Segundo Guilherme Boulos, um grupo técnico da equipe de transição deve receber uma comissão de trabalhadores da CBTU na próxima semana. Ele contou que a pressão pela suspensão do leilão do metrô de BH veio após manifestações dos metroviários.
"Do meu ponto de vista, é melhor que se suspenda". No entanto, Boulos não falou em nome da coordenação política do governo.
O Hoje em Dia entrou em contato com a CBTU e aguarda retorno.
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