O projeto que prevê a instalação de uma tirolesa no Bondinho do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro (RJ), foi alvo de protesto na manhã deste domingo (26).

O movimento Pão de Açucar sem Tirolesa, que reúne moradores do bairro Urca, montanhistas e ambientalistas, participaram do ato com intenção de manifestar publicamente a discordância com essa intervenção. Eles questionam como a Prefeitura do Rio e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) autorizaram a obra que modifica a unidade de conservação e causa impacto ambiental e visual.

A paisagem carioca que fica entre os morros do Pão de Açucar e da Urca é tombada pelo Iphan reconhecida pela Unesco como Paisagem Cultural Urbana.

Além da instalação da tirolesa, segundo o movimento, há novos projetos protocolados no instituto que prevêm uma ampliação da área construída no topo dos dois morros.

Em entrevista à Radioagência Nacional, a psicanalista Gricel Osório Horr Meyll, integrante do Grupo Ação Ecológica, disse que a instalação da tirolesa é uma "descaracterização inaceitável de um bem público tombado".

A  tirolesa vai conectar os morros do Pão de Açúcar e da Urca numa descida de 755 m de extensão, a uma velocidade que pode chegar a 100 km/h.

Para Sandro Fernandes, CEO do Parque Bondinho Pão de Açúcar, todas as licenças necessárias para a execução do projeto foram obtidas em cerca de dois anos e meio e que a ampliação da área construída nos morros ainda é um estudo preliminar.

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação do Rio informou, em nota á radioagência, que concedeu autorização para instalação de tirolesa e plataforma nos morros, após análise do Iphan, da Secretaria do Ambiente e Sustentabilidade e Instituto Rio Patrimônio da Humanidade.

Conforme a nota, um segundo trecho do projeto está em análise, aguardando pareceres desses órgãos.

Já a Secretaria Municipal do Meio Ambiente esclareceu que acompanha e fiscaliza a obra da tirolesa e que, ao tomar ciência de algumas perfurações em rochas, paralisou as intervenções neste trecho até que seja emitido um parecer pela Geo-Rio.

A Geo-Rio disse que aguarda a empresa cumprir exigências para emitir a licença das obras relativas ao trecho.

O Ministério Público Federal  informou que encaminhou ofícios para a empresa, Prefeitura e Iphan, solicitando informações e pedindo a paralisação das obras. E  que foram suspensas as intervenções na rocha.

O Iphan  também foi procurado pela Radioagência Nacional, mas não respondeu até o fechamento desta matéria.

(*) Com Radioagência Nacional.

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