Em declaração à imprensa na manhã desta quinta-feira (24) em Brasília, o vice-presidente Hamilton Mourão defendeu que os países ocidentais usem a força para barrar os ataques da Rússia contra a Ucrânia. Mourão também comparou o presidente russo, Vladimir Putin, ao líder alemão Adolf Hitler, pivô da Segunda Guerra Mundial (1939-1944), na qual 40 milhões de pessoas foram mortas.

"Tem de haver o uso da força, realmente, um apoio à Ucrânia, mais do que está sendo colocado. Essa é a minha visão. Se o mundo ocidental pura e simplesmente deixar que a Ucrânia caia por terra, o próximo vai ser a Moldávia, depois serão os estados bálticos e assim sucessivamente, igual a Alemanha hitlerista fez nos anos 30", afirmou Mourão.

Em relação ao posicionamento do Brasil diante do conflito, Mourão foi enfático ao dizer que o país não é neutro e que reafirmou o respeito à soberania da Ucrânia, mas que qualquer ação mais direta dependerá dos rumos que forem decididos pela ONU (Organização das Nações Unidas).

“O Brasil tem de tomar um posicionamento dentro da ONU, respeitando os princípios básicos do Direito Internacional, da não-intervenção, de aassegurar a soberania. Por enquanto não temos nada a fazer, vamos ter de ver o que vai emergir das reuniões do Conselho de Segurança da ONU, porque senão a ONU perde sua razão de ser. O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que respeita a soberania da Ucrânia”, disse.

Para o vice-presidente brasileiro, as medidas de retaliação tomadas até agora, focadas em sanções econômicas, são insuficientes. "Na minha visão, meras sanções econômicas, que é uma forma intermediária de intervenção, não funcionam.

Mourão disse ainda que o mundo não pode subestimar o episódio. "A gente tem sempre de olhar a história, e a história se repete ora como farsa ora como tragédia. O mundo ocidental está igual foi em 1938 com Hitler. Faz um apaziguamento. Putin não respeita o apaziguamento, essa é a realidade."

A Rússia de Vladimir Putin iniciou, na madrugada desta quinta, os bombardeios no território da Ucrânia. Há registros de explosões e movimentações de tanques em diferentes cidades. 

O ataque, realizado por uma grande operação militar após autorização de Putin em pronunciamento pela TV, teria sido feito pelas fronteiras com Rússia, Bielorrússia e Crimeia. A Ucrânia já relata invasão total.

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