(José Cruz/ABr)
Após reverter o bloqueio do limite de gastos das Universidades Federais, o governo de Jair Bolsonaro (PL) congelou todos os pagamentos do Ministério da Educação (MEC) em dezembro. A decisão afeta toda a rede superior de ensino do país, entre universidades e escolas federais.
Aproximadamente R$ 430 milhões foram retidos desta vez. Na última segunda-feira (28), R$ 344 milhões foram retidos, dinheiro que foi liberado nesta quinta-feira (1), antes do novo bloqueio. Em todo ano, quase R$ 2 bilhões já foram bloqueados pelo governo federal.
Segundo o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, Renato Marcelo Fonseca, o bloqueio coloca em cheque todo o orçamento das universidades nesse mês.
“É uma situação sem recursos e sem possibilidade de honrar os gastos da comunidade. Bolsas, conta de luz, conta de água, coleta de lixo. Não conseguimos pagar os contratos com terceiros. Com essa retirada, foram abrangidos empenhos que anteriores que já tinham sido feitos”, explicou.
O Hoje em Dia procurou a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Por meio de sua assessoria, a instituição informou que avalia a situação para emitir um comunicado. Na segunda-feira, após anúncio dos cortes de orçamento, a reitora da UFMG, Sandra Goulart, expressou inconformismo com os sucessivos contingenciamentos.
“As universidades são extremamente relevantes, cumpriram papel fundamental no combate à pandemia e não conseguem dispor de um orçamento minimamente compatível com os serviços que prestam para a sociedade. É um cenário extremamente preocupante, que põe em risco o futuro dessas instituições, que são patrimônio do país”, argumenta.
Os ministérios da Educação e da Economia foram procurados, mas não retornaram até a publicação dessa reportagem.
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