Voluntários ajudam população de Petrópolis

Agência Brasil
19/02/2022 às 11:44.
Atualizado em 19/02/2022 às 11:55
Doações chegam a todo momento em carros, ônibus e caminhões (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Doações chegam a todo momento em carros, ônibus e caminhões (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Quatro dias após a tempestade que causou um número de vítimas que não para de crescer, as ruas de Petrópolis ainda são cenário da destruição causada pela força da água que derrubou encostas, aumentou o nível de rios e invadiu casas e lojas.

Além da lama e dos estragos causados pelo temporal, no entanto, também podem ser vistos por toda a parte os esforços de voluntários que levam água, comida e itens de higiene para pontos de apoio montados em diversas partes da cidade.

As doações chegam em carros particulares, caminhões, ônibus, vans e caminhonetes, que circulam pela cidade da região serrana em busca de abrigos ou pontos de distribuição de cestas básicas.

A frota inclui carros de órgãos públicos, associações privadas, igrejas e organizações não governamentais, que contam com a ajuda dos moradores para descarregar engradados de água mineral, cestas de alimento não perecível, roupas e outros itens de necessidades básicas.

A presidente da Associação de Moradores da Comunidade 24 de Maio, a aposentada Odete da Silva, de 65 anos, conta que recebeu uma doação de água de sua antiga patroa, que mora no Rio de Janeiro.

Ponto de apoio
Ao se deparar com as necessidades de sua comunidade, ela começou a divulgar os itens para doações, e a quantidade que chegou foi tão grande que foi preciso organizar um ponto de apoio.

"A creche me cedeu duas salas, e aí foi crescendo. Graças a Deus, estamos aqui com um núcleo maravilhoso, montado por mim e a minha comunidade", conta ela, que recebe as doações no Colégio Municipalizado Augusto Meschick.

"Nossas doações estão sendo destinadas para os moradores da rua Nova, rua 24 de Maio e rua Primeiro de Maio. Mas se alguma outra comunidade estiver precisando, venha aqui", disse Odete.

Voluntários organizam distribuição de donativos em solidariedade às vítimas e desabrigados das chuvas em Petrópolis, na comunidade 24 de Maio (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Voluntários organizam distribuição de donativos em solidariedade às vítimas e desabrigados das chuvas em Petrópolis, na comunidade 24 de Maio (Fernando Frazão/Agência Brasil)

A comunidade 24 de Maio voltou a ficar em alerta na sexta-feira, quando novamente as sirenes soaram com a chuva que continua a cair na cidade. Odete cobra que técnicos vistoriem as casas dos moradores, porque muitos estão com medo e não sabem se devem ou não deixar as moradias.  

Enquanto concedia a entrevista, Odete acompanhava a chegada de mais donativos, enviados pela Central Única das Favelas (Cufa). A partir da rua de baixo, menos afetada pela enxurrada, os voluntários da Cufa organizaram um cordão humano para que um passasse os mantimentos para o seguinte, transportando dezenas de quilos de doações morro acima.

O trabalho de organizar as doações que chegavam com o empenho coletivo era reforçado por Mônica Cristina Januário, de 49 anos, que está abrigada na casa de uma tia com os quatro filhos.

Ela conta que a família conseguiu fugir cinco minutos antes de um deslizamento que soterrou a casa onde morava. Abrigada na comunidade, ela se engajou em participar do trabalho para diminuir o sofrimento de famílias como a dela.

"Eu perdi tudo, mas a gente não pode ser um ser humano egoísta. Tô aqui ajudando firme e forte a quem precisa", disse ela, que está desempregada.

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