Gorbachev pede glasnost e perestroika ambientais

Jamil Chade, correspondente
19/04/2013 às 08:07.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:57

O mundo sofre um déficit de líderes e essa situação pode ser catastrófica para o ambiente. O alerta é de Mikhail Gorbachev, ex-líder soviético que hoje, aos 82 anos, dedica seu tempo à causa ambiental. Em uma conversa com um pequeno grupo de jornalistas internacionais, entre eles o Estado, o último chefe da União Soviética disse que o mundo perdeu uma "enorme oportunidade" nos últimos 20 anos de promover uma transformação internacional e, agora, líderes terão de promover uma "perestroika e uma glasnost", mas no campo ambiental.
Seu governo em Moscou, no final dos anos 80, foi marcado por essas duas palavras: glasnost (transparência) e perestroika (reforma).

"O modelo de crescimento das economias não é sustentável. Precisamos de uma nova perestroika, mas uma perestroika sustentável." Para Gorbachev, o consumo "não pode mais ser o motor do desenvolvimento econômico". "Já ficou claro que isso não funciona."

O russo também insistiu na necessidade de promover maior transparência em decisões dos governos. "É inaceitável que líderes forcem planos sobre populações sem considerar suas consequências para as vidas das pessoas." Ele, porém, admite que o confronto entre ambientalistas e outros grupos não se limita ao plano ideológico.

"Não estamos falando em idealismos. Sabemos que existem batalhas reais entre grupos de interesse", admitiu. "Mas chegou o momento de agir e defendo até mesmo que se crie um tribunal ambiental internacional que possa ter a capacidade de julgar crimes." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
http://www.estadao.com.br

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