Governador de SC diz que mentiu para sucesso de ações contra o crime

Jeferson Bertolini - Agência Brasil
Publicado em 18/02/2013 às 15:27.Atualizado em 21/11/2021 às 01:06.
 (SIRLI FREITAS)
(SIRLI FREITAS)

O governador Raimundo Colombo (PSD) afirmou ter mentido à imprensa para "manter o efeito surpresa" da chegada da Força Nacional de Segurança a Santa Catarina, na sexta-feira passada.

As tropas foram usadas na madrugada de sábado (16) na transferência de 40 criminosos do Estado a presídios federais, e na operação que prendeu, no mesmo dia, 25 pessoas consideradas mentoras dos atentados. 
 
Até agora, criminosos realizaram 111 ações em 36 cidades, desde 30 de janeiro. 
"A gente dizer que não viria [a Força Nacional] era parte da estratégia", afirmou o governador em entrevista coletiva ontem.
 
Colombo informou que o envio das tropas estava acertado com o Ministério da Justiça desde 6 de fevereiro, e que o adiou por causa do Carnaval, quando 2 milhões de turistas estavam no litoral catarinense. "O que fizemos foi uma operação de alto risco. Não poderíamos colocar ninguém em perigo", afirmou. 
 
Colombo reconhece que o "silêncio" arranhou sua popularidade. "Eu divido as ações políticas em duas vertentes, as da credibilidade e as da popularidade. Eu sacrifiquei a popularidade, não tenho dúvida. Mas acredito que tomei a decisão certa." 
 
O governador criticou o que chamou de "ações políticas" durante os picos de violência, como a ameaça de motoristas e cobradores de ônibus da Grande Florianópolis de trabalhar apenas até as 19h, e não até as 23h, como é o normal.
 
O sindicato da categoria informou os trabalhadores não estavam se sentindo seguros para trabalhar, por isso ameaçaram parar - 43 ônibus foram queimados nos ataques. O recuo foi anunciado após o governo anunciar reforço nas escoltas particulares. 
O governador acrescentou que outros criminosos devem ser transferidos a unidades federais e que vai providenciar a instalação de um RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) em Santa Catarina. 
 
No RDD das unidades federais, os criminosos passam 22 horas em celas solitárias, sem acesso a jornais e televisão. As outras duas horas são para banho de sol. 
O governador avalia que a onda de ataques deve acabar, pois "a espinha dorsal" do crime já foi identificada e desarticulada. "Eu não sinto que tudo esteja resolvido, mas entramos em uma nova fase. Porém, tenho certeza que vamos vencer."
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