Governador faz balanço das eleições e do fracasso do PT

Publicado em 29/09/2016 às 19:36.Atualizado em 15/11/2021 às 21:02.

Um dia depois das eleições deste domingo, o governador Fernando Pimentel (PT) retoma a rotina, na segunda-feira (3), reunindo seu secretariado para rearrumar a máquina administrativa, que perdeu o ritmo nesse período sucessório, e fazer balanço do desempenho eleitoral de seus aliados, especialmente de seu partido. Os petistas deverão sofrer uma das piores derrotas dos últimos anos, com escassa chance de conquistar município de porte médio.

A única chance, agora, está com a deputada federal Margarida Salomão, que vai ao 2º turno de Juiz de Fora (Zona da Mata) em segundo lugar contra o candidato à reeleição, Bruno Siqueira (PMDB). Na pior das hipóteses, ambos são tratados como aliados, apesar de o prefeito estar coligado aos tucanos. O PT teve na eleição municipal passada 220 candidatos a prefeito; desta vez, só 180. Essa conta, no entanto, não é o grande foco de Pimentel, que pretende disputar a reeleição em 2018.

A avaliação dele se fixará no número de aliados que se elegerão. Na preliminar, o saldo estaria na casa de 400 futuros prefeitos. A conta inclui partidos que integram a base política governista na Assembleia Legislativa, embora o PMDB mineiro de hoje, principal parceiro, é dividido em dois grupos. Um é liderado pelo presidente da Assembleia, Adalclever Lopes, e é mais fiel ao governador; o outro é ligado ao vice-governador Antônio Andrade, que quer tomar o lugar de Pimentel, caso ele seja processado pelo Superior Tribunal de Justiça.

Feita a ressalva e, com certa relatividade, pode-se acrescentar outras centenas de prefeitos que, uma vez eleitos, dirão ser aliados do governador. É aquela tradicional força do PL, o Palácio da Liberdade (sede do governo). Ninguém governa sem o apoio dele, muito menos contra ele. Até mesmo durante a campanha eleitoral, adversários usaram essa proximidade, real ou não, para atrair votos.

O presidente do PSDB/MG, Domingos Sávio, por exemplo, teria dito, em palanque de Nova Serrana (Oeste mineiro), que ajudaria seu candidato a prefeito, Paulo Cesar (PDT), a governar, caso eleito, porque tem bom trânsito com o presidente da República e também com o governador. A declaração incomodou os rivais, que conseguiram, às pressas, gravação de Pimentel apontando os verdadeiros aliados. Já em Itapecerica, na mesma região, o candidato Têko (PHS) pôs o PT e o PSDB juntos em sua chapa.

Desempenho pífio
Dos quase 20 deputados estaduais e federais que são candidatos a prefeito, apenas quatro têm alguma chance de se eleger. Os estaduais João Leite (PSDB), em Belo Horizonte, e Vander Borges (PSB), em Sabará (Grande BH); e os federais Odelmo Leão (PP), em Uberlândia (Triângulo), e Margarida Salomão (PT), em Juiz de Fora (Zona da Mata). Todos os outros estão amargando pífio desempenho. No caso da Assembleia Legislativa, será o mais baixo resultado. Nas eleições anteriores, pelo menos, de oito a dez deixaram o Legislativo pelo cargo no Executivo.

Tensão final
Nessa quinta (29), a três dias da votação, os candidatos a prefeito colocaram seus vices para cumprir as agendas, concentrando-se, exclusivamente, no debate da TV Globo Minas, que, por ser o último (sem tempo para resposta ou correções), foi tratado por todos como final de Copa do Mundo.

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