O governo, para evitar demissões de Dilma Rousseff ameaça suspender a redução do IPI para automóveis, que está em vigor desde maio e valeria até 31 de agosto. O recado foi dado após o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos pedir a intervenção do Executivo para evitar demissões. Sindicalistas dizem que a montadora pretende fechar a unidade de São José, algo que Dilma só pretende aceitar se forem criadas vagas equivalentes em outra fábrica.
Conforme o governo, se a GM reduzir o número de postos de trabalho, será revisto o incentivo a todo o setor. A ameaça ocorre na semana em que o governo puniu as operadoras de celular com a suspensão de vendas. O incentivo foi concedido a pedido da associação dos fabricantes de veículos (Anfavea). A Fazenda autorizou a redução do IPI para incentivar vendas e enxugar os estoques. Uma das condições era preservar empregos.
Alguns ministros reconhecem que a suspensão do IPI reduzido é drástica e que o Planalto aposta num acordo. O governo convocou a GM e a Anfavea a dar explicações. A reunião está agendada para a próxima terça, com Guido Mantega (Fazenda). Além do caso da GM, houve reduções em turnos de produção e demissões no setor de caminhões.
AGM anunciou o fim da produção do Corsa em São José. Para o sindicato, a decisão confirma a intenção da empresa de fechar a unidade e acabar com até 2.000 postos de trabalho. A montadora se comprometeu a não demitir até novo encontro, em agosto.