Apesar de ter perdido força no segundo dia de paralisação, a greve dos caminhoneiros causou transtornos em Minas. Postos de combustíveis de cidades como Congonhas e Conselheiro Lafaiete ficaram desabastecidos durante toda tarde devido à falta dos caminhões-tanque, que ficaram parados nas imediações do Km 625 da BR-040. Em poucas horas, filas de veículos se formaram em pelo menos quatro postos da rodovia que ainda possuíam combustível.
Nesta terça-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que o governo decidiu endurecer as sanções aos caminhoneiros que fecharem rodovias. Repetiu que as manifestações são políticas e rechaçou negociação com a categoria. Informou que o governo publica hoje no Diário Oficial medida provisória que amplia a multa por interdição de estradas. De R$ 1.915, o valor passa a ser de R$ 5.746. Já para lideranças que organizarem o fechamento a punição será de R$ 19.154. Em ambos os casos, a reincidência dobra o valor cobrado.
De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo de Minas (Minaspetro), não há risco de desabastecimento generalizado no Estado, mas foram registrados postos sem combustível nas regiões de Divinópolis, Igarapé, Iguatama, Juatuba, Lavras, Valadares, João Monlevade, Elói Mendes, Boa Esperança e Cambuquira.
O movimento de paralisação liderado pelo Comando Nacional do Transporte – grupo independente que não conta com apoio de sindicatos e entidades da categoria – começou na madrugada de segunda-feira em 11 estados. Ontem, relatório da Polícia Rodoviária Federal apontava paralisação em apenas oito Estados.
Em Minas, dos seis pontos de paralisação na segunda-feira, apenas dois permaneciam nesta terça-feira (10). Um na BR-381 e outro na BR-262. A paralisação da BR-040 terminou por volta das 18 horas. Os manifestantes exigiam redução do preço do óleo diesel, criação de preços tabelados para os fretes e impeachment da presidente Dilma Rousseff. Queriam, ainda, ajuda no refinanciamento de dívidas da compra de caminhões.
Já o governo garante que atendeu à maior parte das reivindicações feitas durante a paralisação de caminhoneiros que ocorreu em abril.
Discordância
No Km 625 da BR-040, caminhoneiros alegaram que o movimento não possui um líder e é totalmente autônomo. A paralisação, entretanto, não era consenso entre todos. “Os caminhoneiros não estão fazendo greve, mas sim meia dúzia de vândalos, que estão jogando pedras e obrigando motoristas a pararem. O que falta é a polícia trabalhar”, criticou o caminhoneiro Antônio Vitor Ferreira, que transportava uma carga de algodão com destino a São Paulo.