Mais ambicioso projeto na área cultural do ex-governador José Serra, o Complexo Cultural Luz, que seria erguido em terreno na frente da Sala São Paulo, subiu no telhado.
Nota oficial do governo do Estado, divulgada na segunda-feira, 17, informa que o governador Geraldo Alckmin "decidiu estudar alternativas para viabilizar" a implantação do complexo. "Com esse intuito, a Secretaria de Estado da Cultura formaliza nesta terça-feira, 18, um protocolo de intenções com a Companhia Paulista de Desenvolvimento (CPD) para a elaboração de estudos técnicos e a modelagem de parcerias com o setor privado, por meio de Parceria Público-Privada.
O estudo não terá nenhum custo para a secretaria, que continua com o firme propósito de implantar o projeto do Complexo Cultural Luz em sua totalidade, conforme a última versão entregue pelo escritório Herzog & de Meuron, no fim de 2012, contemplando área construída de 85 mil metros quadrados."
A tradução é a seguinte: o edifício, que seria erguido exclusivamente com verbas públicas, somente será efetivado agora se conseguir captar recursos na iniciativa privada. O que é pouco provável, já que se destina a uma área artística de interesse restrito a grandes anunciantes. "Só é importante frisar que não houve nenhuma decisão do governador Geraldo Alckmin de abandonar o projeto", informou a Assessoria de Imprensa do Palácio dos Bandeirantes.
Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, publicada na segunda-feira, 17, Alckmin teria se queixado do alcance elitista do projeto e também do fato de ele ter sido iniciado sem licitação e concurso público. Já foram gastos R$ 118 milhões até agora (só com os gastos no projeto técnico básico foram R$ 53 milhões).
Há duas ações na Justiça questionando o projeto. A primeira, do Sindicato das Empresas de Engenharia e Arquitetura, encontra-se em debate jurídico em Brasília. A segunda é uma ação popular que corre no Tribunal de Justiça de São Paulo, movida por um grupo de arquitetos.
"Vamos continuar firmes na ação", disse César Galha Bergstom Lourenço, um dos propositores. "Poderiam ter contratado tudo por um terço do preço. O projeto está fora de qualquer realidade nossa. A discussão agora é: o que fazer com aquele terreno? Acho que deveria haver um debate público." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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