O governo federal prevê R$ 420 milhões para construir hospitais-escola nos cinco Estados sem unidades, todos na Região Norte, e também em Campina Grande, na Paraíba. A previsão é de que as novas unidades comecem a ser construídas já em 2014.
"Em um primeiro momento, expandir cursos em certas regiões é difícil, por causa da falta de hospitais de ensino, mas já é planejada melhora da rede", afirma José Rubens Rebelatto, presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estatal ligada ao Ministério da Educação para gerir os 47 hospitais universitários federais do País.
Coordenado pela Ebserh, o Programa de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais investiu neste ano R$ 770 milhões em obras e equipamentos e reserva R$ 958 milhões para 2014. "Além disso, pela primeira vez nos últimos anos, todos os hospitais universitários federais fecharão sem déficit no caixa" diz Rebelatto.
Contestada
Criada em 2011 para resolver falhas e centralizar a gestão dos hospitais universitários federais, a Ebserh tem histórico de polêmicas. As críticas são de que adesão à estatal, decidida pelos conselhos universitários, significa perda de autonomia administrativa e até privatização da saúde. Até agora 13 universidades, responsáveis por 17 hospitais, assinaram contratos com a empresa.
Como a Ebserh tem personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio, há receio de interferência de interesses particulares. "Esse formato permite que a Ebserh atue como empresa do livre mercado, com lucros. É uma privatização, que contraria a lógica acadêmica e da saúde", diz a professora da Universidade Federal de Alagoas Maria Valéria Correia, que integra a Frente Nacional contra a Privatização da Saúde. Outra queixa é de perda de controle sobre pesquisas e técnicas de ensino.
"Nosso patrimônio é da União e estamos voltados para o Sistema Único de Saúde", afirma Rebelatto. Para ele, a maior facilidade em contratar profissionais e comprar equipamentos estão entre as vantagens da estatal. Nos 17 hospitais conveniados, já estão autorizadas 16,5 mil novas vagas. "Se não for pela Ebserh, é preciso que os hospitais apresentem alternativas para melhorar a gestão".
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.