A Grécia vive nesta quinta-feira (12) a sua primeira greve geral sob o governo de esquerda de Alexis Tsipras, convocada pelos principais sindicatos do país contra as medidas de austeridade do terceiro resgate.
A greve afeta, como é habitual na Grécia, principalmente os serviços públicos, com paralisação de 24 horas do metrô e dos ônibus, dos barcos e dos serviços mínimos na saúde. A maioria do comércio deverá abrir normalmente.
Nos aeroportos, haverá movimento normal dos voos internacionais, mas vários cancelamentos nos domésticos, devido à adesão à greve do sindicato do pessoal da aviação civil e da companhia aérea Olympic Airways, que opera apenas no país.
Tanto os hospitais quanto as farmácias também funcionarão com serviços mínimos.
Os meios de comunicação se juntaram ao protesto. A previsão é de que apenas trabalhem os jornalistas, fotógrafos e técnicos que fizerem a cobertura da greve.
Paradoxalmente ao apelo à greve, feito pelos sindicatos dos setores público e privado, juntou-se a comissão laboral do partido governamental Syriza.
Os sindicalistas do Syriza apelaram “aos trabalhadores, aos desempregados, aos pensionistas, aos jovens e às mulheres que participem ativamente da greve geral de 24 horas”.
O deputado do Syriza Tasos Kurakis disse que a participação maciça na greve fortalece a posição negociadora do governo diante dos credores internacionais.
O sindicato que representa o setor privado denunciou que as reformas decididas entre o governo e os credores preveem a liberalização do mercado de trabalho, o aumento da idade de aposentadoria, a redução das pensões e o aumento dos impostos, medidas que “diminuem o nível de vida da sociedade grega”.
O sindicato do setor público classificou a greve geral como “a primeira etapa de uma luta” que procura “impedir que a segurança social seja completamente desmantelada e reivindicar um sistema que amplie os direitos”.
Para os sindicatos gregos, o governo não está respeitando os compromissos eleitorais e adota “políticas de austeridade punitivas”.