Grupo francês compra rede de postos de combustíveis Zema por R$ 500 milhões

Da Redação*
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Publicado em 22/11/2018 às 11:54.Atualizado em 28/10/2021 às 01:56.
 (Olimpia 24 horas/Reprodução)
(Olimpia 24 horas/Reprodução)

O grupo petroleiro francês Total comprou a rede mineira de postos de combustíveis Zema, que pertence à família do futuro governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Partido Novo), confirmou a assessoria de imprensa do Grupo Zema. A transação é avaliada em cerca de R$ 500 milhões, de acordo com levantamento do jornal “O Estado de S. Paulo”, e envolveu as empresas Zema Petróleo, TRR Zema Diesel e Zema Importação.

Fundado em 1923 em Araxá, o grupo Zema teve faturamento de R$ 4,4 bilhões no ano passado. A Zema Petróleo é a divisão de maior faturamento do grupo mineiro, com uma rede de cerca de 300 postos de combustíveis e lojas de conveniência, sendo a maior parte dos estabelecimentos localizados em Minas Gerais. A empresa também fornece combustíveis para mais de 2.000 postos bandeira branca nas mesmas regiões.

"A transação faz parte da estratégia do Grupo mineiro de focar a atuação em seus demais segmentos de negócios, entre eles o varejo, setor no qual é referência em diferentes estados brasileiros, com mais de 400 lojas, e na financeira, cuja primeira loja exclusiva foi inaugurada em agosto de 2018", afirma o Grupo Zema por meio de nota.

O jornal “O Estado de S. Paulo” apurou que o grupo Total voltou a mapear ativos na área de distribuição de combustíveis no Brasil no início do ano. O grupo mineiro foi procurado pelos franceses e as conversas avançaram a partir julho.

A negociação marca a entrada da companhia francesa em distribuição de combustíveis no país. No Brasil desde 1975, a Total atua na área de exploração e produção de óleo e gás.

Quarta maior empresa de óleo e gás do mundo, a companhia francesa ganhou força no Brasil ao arrematar a área do campo de Libra no primeiro leilão do pré-sal, em 2013. Em janeiro, concluiu a aquisição dos ativos de Lapa e Iara, ambos no pré-sal da Bacia de Santos. Em 2014, a petroleira esteve prestes a adquirir um outro ativo no País, a rede Ale, mas as negociações pararam após a morte do presidente do grupo francês, Christophe de Margerie.

Dono também de uma rede de lojas de eletrodomésticos, Romeu Zema surpreendeu nas eleições ao Governo de Minas e foi eleito para assumir o Palácio da Liberdade a partir de janeiro de 2019. Esta é a primeira vez em que o empresário assumirá um cargo público. 

Mercado

O mercado de distribuição de combustíveis no Brasil é altamente concentrado. As três maiores empresas do setor - BR Distribuidora, controlada pela Petrobras; Raízen (joint venture Cosan e Shell) e Ipiranga (do grupo Ultra) - detêm juntam mais de 70% de participação. Os poucos ativos à venda desse setor são controlados pelas chamadas companhias de "bandeira branca" (não filiadas às grandes marcas internacionais ou nacionais).

A última grande transação desse mercado foi a venda do controle da Ale para a suíça Glencore, em junho deste ano. Considerada a grande joia do setor, a Ale, quarta maior rede de postos do País, com cerca de 1,5 mil unidades e cerca de 4% de participação no mercado nacional, já tinha sido sondada por várias empresas.

Além da Total, a Raízen já tinha analisado o negócio no passado. Em 2016, a Ale recebeu uma proposta de R$ 2,2 bilhões do grupo Ipiranga por 100% da rede de postos, mas a operação foi barrada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em 2017, alegando concentração no setor. Com a compra da Zema, a Total terá menos de 1% do mercado. 

* Estadão Conteúdo

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