Na semana passada, completaram-se 6 anos que tudo o que eu tinha, em 2011, era um carro velho e muita, mas muita vontade mesmo, de fazer algo grande que mudasse a sociedade. Já havia tentado por três vezes construir algo, tentativas essas, quase que em sua totalidade, frustradas. Se liga no que eu aprendi: errar é importante, é a prova de fogo para todo fundador; errar constrói caráter e te obriga a tratar as pessoas envolvidas neste erro da mesma forma que você gostaria de ser tratado, caso estivessem em seu lugar. Errar cria calos que o povo que fala bonito gosta de chamar de resiliência. Lá em Carangola, meu avô chamava isso de “vergonha na cara” mesmo, quando eu pensava em desistir de algo em que eu havia falhado. Errei demais desde os 14 anos tentando e fui acertar aos 24. Foram 10 anos de resiliência para construir um dos maiores negócios mobile da história, que, durante a minha gestão, liderou o segmento globalmente, expandindo para 35 países, 4 continentes e mais de 400 cidades. Tivemos mais de 500k motoristas conectados à plataforma atendendo a mais de 20M clientes nestes 4 continentes em que atuávamos. Sim… GIGANTE!
Aprendi o valor de ter um time (muito) melhor do que eu, de descentralizar minhas decisões (alô Estado Brasileiro) e, principalmente, de tomar os riscos hoje para aprender as lições de amanhã; um dos maiores aprendizados em inovação que a vida me trouxe.
Há seis anos, estávamos eu e o Daniel Cohen apresentando a ideia da Easy Taxi em um Startup Weekend, tendo pessoas que tomávamos como referência dizendo que estava muito cedo para este modelo funcionar e que eles não viam possibilidade de sucesso naquele momento. Ouvia da minha família que este “negócio” de startup era “desculpa para não arrumar emprego” e ouvia risadas dos meus amigos quando dizia que em breve todo mundo chamaria um táxi via aplicativo. Talvez um dos atos mais corajosos do empreendedor que decide enveredar o caminho da disrupção é tapar os ouvidos para críticas e remar contra a maré.
É preciso foco, paciência e muita, mas MUITA RESILIÊNCIA. Eu, Marcio William, Vinicius Gracia e Daniel Cohen tivemos estas características e criamos o negócio que acaba de ser vendido, se tornando uma das três maiores vendas da história do ecossistema de startup brasileiro. Portanto, se você está vivendo essa loucura maníaco-depressiva que é acordar feliz, ficar triste durante o almoço, ter o melhor dia da sua vida ao final do dia, o pior dia da sua vida às 23h e ir dormir ansioso por não saber o que vai acontecer dentro de três meses: saiba que quando essa fase passar, você vai sentir falta DEMAIS dessa época, acredite você, ou não.
Lute pelos seus sonhos, mas com responsabilidade, e não deixe ninguém destruir aquilo que você acredita ser o seu caminho!